segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Livros: Madame Bovary

Como é que surgiu a ideia para esta rubrica? Tenho uma pilha de livros para fazer uma critica e o dom de procrastinar. Isto é um esforço para tentar resolver o problema.


Autor: Gustave Flaubert
Texto da contra-capa: O escritor francês Gustave Flaubert publicou em 1857, depois de cinco anos de trabalho, a obra-prima intitulada Madame Bovary. Através da descrição das frustrações e aventuras de uma jovem mulher casada com um decadente médico de província, o autor aborda de forma distanciada e, por vezes, desdenhosa, temas como o amor, desavença conjugal, a negligência médica, a sexualidade e o suicídio. A escrita rigorosa, o realismo e a objectividade, mas também o sentido do ridículo, caracterizam esta narrativa que marcou a história da literatura até aos nossos dias.


Começo pela colecção que, se não me engano, foi distribuída com a revista Visão em 2000. Não sei o que aconteceu, mas os livros acabaram disponíveis nas feiras do livro a preços excelentes, por volta de um euro e meio. Como leitor ávido que sou, não deixei de aproveitar a oportunidade, adquirindo todos os que pude. Não completei a colecção e hoje em dia já são bastante difíceis de encontrar. Apesar de tudo, foi um bom investimento. Quase todos os 30 títulos pertencem a obras icónicas que se recomendam vivamente.

Ao contrário do que diz na contra-capa, o livro começa com a vida do médico e a Madame Bovary (que ainda não o é) só aparece umas 10 páginas depois. Grande parte dos primeiros capítulos focam-se mais no Charles do que na Emma, o que é uma pena e acho que irrelevante. A história avança penosamente devagar e é preciso muitas páginas para a narrativa ficar interessante.

Os temas referidos na contra-capa são abordados de um modo sério, que leva o leitor à reflexão. O modo como nos são apresentados torna-os intemporais. Poucos escritores são capazes de tal proeza.

Acho a descrição das acções e das situações bastante realista e de uma objectividade exaustiva, que às vezes até cansa de ser assim. Grande parte das coisas são previsíveis e somente a reviravolta final é que é digna de nota. Apesar de tudo, é uma leitura agradável, mas que requer um estado de espírito próprio para poder ser convenientemente apreciada.

Quanto a esta edição há o problema de Emma aparecer escrito algumas vezes como Ema, provavelmente um erro que escapou ao editor.

Classificação: 3 estrelas

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