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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Nanowrimo 2016 - Dia 2: Pré-histórico!

Foi outro dia pre-histórico. Escrita: muito pouco!


A manhã foi passada a descansar dos últimos dias. À tarde fui à gruta de Font de Gaume. É um sítio espectacular, uma das poucas grutas com pinturas paleolíticas originais. À noite tentei retomar a escrita, mas acabei por ler notas e preparar-me para o desafio: já é um clássico eu meter-me nisto sem a devida preparação. O dia rendeu-me 26 palavras.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Nanowrimo 2016 - Dia 1: Aos trambolhões!

O primeiro dia deste desafio foi atípico!


É normal eu iniciar os desafios literários em grande, com uma boa contagem de palavras no primeiro dia. Não foi isso que aconteceu. Estive o dia todo fora, em visita à gruta de Lascaux e ao Castelo de Commarque, ambos em França! à noite, tentei iniciar o desafio, descobrindo que estava muito mal preparado. Acabei por escrever apenas o título e pouco mais num documento, totalizando umas míseras 7 palavras.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

The Writer's Twist


Um pequeno clip inspirado no livro "Teia de Memórias" realizado e produzido por Ana Piedade.

domingo, 28 de outubro de 2012

Teia de Memórias: Revisão II

A revisão prossegue a um ritmo lento. Tenho tentado reescrever casa frase e pensar se cada paragrafo é realmente necessário.
Contudo, tenho passado mais tempo a escrever contos. Preciso de organizar a minha vida antes de entrar no ritmo Nanowrimo e isso não me deixa muito tempo para tratar de mais nada. Espero em Dezembro conseguir recuperar do atraso.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Teia de Memórias: Revisão I

O primeiro passo da revisão de um livro é lê-lo. É necessário ler com muita atenção, o que não é fácil se tivermos em conta que já sabemos a história de trás para a frente e corremos o risco de ler apenas superficialmente. Normalmente deixa-se o livro de parte durante pelo menos meio ano. Foi isso que fiz, já que terminei em Março.
Ao ler fiquei surpreendido com as coisas que encontrei. Não só em termos de incoerências mas ao nível de detalhes, tanto os que incluí como os que pensava que tinha incluído. Costuma-se dizer que o diabo está nos detalhes e eu não podia estar mais de acordo.
Para ajudar a minha tarefa de revisão, decidi fazer um resumo do livro. Escrevi meia dúzia de frases por cada capítulo e irei compara-las com o plano inicial do livro. Esta ideia foi-me dada pela Adoa Coelho (http://oceanusgaia.blogspot.de/). Ainda não sei quão diferentes são, mas tenho a certeza que não irão coincidir

Espero terminar esta leitura no Sábado. Depois irei ler o livro e efectuar as minhas correcções em cada capítulo e comparar com as que os meus beta-leitores me deram.

Nesta revisão irei usar o método das listas, como me foi sugerido pela Sara Farinha e podem encontrá-lo em http://sarinhafarinha.wordpress.com/2011/03/05/erros-check-corrigir-check-errr-still-checking/

Para quem está interessado em rever os seus próprios livros eu aconselho este post: http://sarinhafarinha.wordpress.com/2012/08/08/recursos-do-escritor-os-8-pontos-da-revisao-de-texto/

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Paragem durante o mês de Outubro

Durante o mês de Outubro não haverá novos textos no blog, já que irei concentrar-me na revisão do meu livro "Teia de Memórias". Ao invés disso, colocarei actualizações periódicas sobre o meu progresso.

Mantenham-se atentos às novidades!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A morte de David


Tinha sido uma festa daquelas, como costumavam dizer entre eles, com muito álcool, rock, alguma erva e muita loucura. Quase todos os seus amigos, conhecidos e colegas tinham estado presentes, pois era a mais importante festa académica, conhecida por queima das fitas, ou simplesmente queima. A festa tinha terminado com o despontar do dia e a escuridão havia-se desvanecido lentamente enquanto ele voltava para casa.
Precisava de se deitar rapidamente, pois sabia que estava completamente bêbado. O seu estado era tal que tinha demorou uma eternidade para conseguir encontrar as chaves do apartamento e ainda mais para abrir a porta.
Enquanto caminhava em direcção ao seu quarto, um ligeiro desvio levou-o à cozinha. Tinha a garganta seca, um dos primeiros sinais de ressaca, e precisava dum copo de água com urgência.
A cozinha estava no seu estado normal, com a loiça por lavar e os caixotes do lixo a abarrotar, com dezenas de moscas da fruta a sobrevoá-los. A falta de tempo para as limpezas não era surpreendente para seis estudantes que se comprometia tanto a ir a todas as festas como a tentar passar nos exames de todas as cadeiras. Naturalmente que existiam excepções naquela casa mas, esses também não limpavam porque não o queriam fazer sozinhos.
David demorou cerca dum minuto a encontrar um copo menos sujo que os restantes. Encheu com água da torneira e sorveu o líquido avidamente.
Ouviu passos atrás de si. Voltou-se sobressaltado, constatando que era apenas um dos rapazes que vivia consigo. Não esperava vê-lo em casa àquelas horas.
― Bom dia! ― cumprimentou.
― Bom dia. ― devolveu-lhe o rapaz com uma expressão neutra.
Dirigiu-se ao frigorífico, ainda zonzo com o efeito da bebida. Estava extremamente esfomeado, pois não comia nada há horas. Abriu a porta do frigorífico, retirou o pacote do fiambre e fechou-a de seguida com a ajuda do cotovelo. Como estava embriagado, o gesto não lhe correra como previra e a porta do frigorífico ficara entreaberta. Praguejou enquanto atirava o fiambre para cima da mesa, voltou a abrir a porta do frigorífico, fechando-a de seguida com uma velocidade excessiva.
Pegou na metade de um bico do dia anterior para fazer uma sanduíche. Olhou-a durante alguns segundos, o seu cérebro parecia demorar um eternidade para chegar à conclusão de que precisava de uma faca para abrir o pão. Percorreu a divisão com o olhar de modo descortinar onde poderia encontrar uma, descobrindo-a na mão do seu colega de apartamento.
― Podes emprestar-me essa faca por um momento? ― pediu David, tentando soar simpático.
― Agora estou a usá-la, vê se encontras outra ― respondeu-lhe o jovem, aparentemente mal-humorado.
― 'Tá bem! ― concordou David, sem ligar importância.
Virou costas e dirigiu-se ao lava loiça, procurando por alguma faca que pudesse lavar.
No momento seguinte, sentiu uma dor lancinante nas costas. Algo o tinha atingido, penetrado a sua pele e embatendo na omoplata. Sentiu os músculos serem rasgados por um movimento descendente.
― Foda-se! O que é que foi isso? ― balbuciou David confuso e com dificuldade em articular as palavras.
O golpe não fora muito profundo, todavia o sangue começou a correr ao removerem o objecto que o cortara, manchado-lhe a camisa. As pernas fraquejaram, obrigando-o a apoiar-se no balcão frio da cozinha. Como resposta, outro golpe atingiu-o novamente nas costas, desta vez atingindo uma profundidade superior.
― Aaaaaa! ― gritou de dor.
Sentiu-se em pânico ao perceber que estava a ser esfaqueado e que se não reagisse, iriam matá-lo ali mesmo. Porém, o álcool presente no sangue fazia com que os seus reflexos ficassem mais lentos. Quando a faca foi removida das suas costas conseguiu finalmente reagir. Infelizmente, ao tentar virar-se, simplesmente colapsou no chão.
As pernas não respondiam, a visão estava desfocada e ele sentia-se zonzo. A perda de sangue começava a ter os seus efeitos. Olhou para o atacante e um só pensamento lhe ocorreu: fugir, pois ele desejava a sua morte. Com um esforço tremendo, começou a arrastar-se pelo chão da cozinha em direcção à porta.
Um par de passos e o vulto aproximou-se dele. Sentiu outra facada e mais dor dor. De seguida outra e, por fim, outra. Tomado pelo pânico, David esforçava-se para ignorar a dor latejante, lutando para não perder os sentidos.
― Porquê? ― sussurrou virando-se com dificuldade, usando as últimas forças.
Como resposta, sentiu outro corte, tão profundo que provavelmente lhe perfurara os pulmões. Estava fraco e não sabia quanto mais tempo se conseguiria manter consciente. Para seu horror, o agressor deixara a faca no seu peito. A visão ficou estranhamente clara e pode ver a expressão do assassino. Os olhares cruzaram-se durante um momento, antes que atacante se colocasse em fuga.
David continuou a arrastar-se, cada vez com mais esforço. Tinha esperança de conseguir encontrar ajuda. Tentou gritar, mas não conseguiu. Via-se forçado a respirar como se tivesse corrido uma maratona.
Sentiu que estava húmido e, para seu horror, descobriu que estava a deixar um rasto de sangue à sua passagem, o seu próprio sangue. Naquele instante, a consciência de que provavelmente não iria sobreviver assolou-lhe a alma, pois a perda de sangue era excessiva. As dores estavam a diminuir de intensidade e ele percebeu que era um sinal de que o seu corpo desistia da luta.
Estupefacto, compreendeu então a razão de ter sido esfaqueado. Nunca imaginara que pudessem matá-lo por isso. O que acontecera não fora por sua vontade e nem sequer lhe dera importância. O erro fatal fora não ter reagido.
Era inútil resistir, só esperava que tudo terminasse depressa e sem mais dor. Com um sentimento de angustia profundo, vieram-lhe à mente todas as coisas que havia planeado fazer ao longo da sua vida. A sua família e os seus amigos iriam sofrer imenso, incluindo a sua namorada, Cristina, que iria morrer de desgosto quando soubesse que ele tinha morrido. Subitamente, o sentimento de profunda tristeza foi substituído por uma raiva incontrolável. O seu último desejo era que o assassino sofresse tal como ele havia sofrido. Desejava que morresse de uma forma igualmente cruel e injusta, fosse morto à traição da mesma maneira que matara.
Uma luz cegou-o. O sol havia rompido pela janela e a luminosidade invadira a cozinha. O calor do sol não chegou para balancear o frio que sentia. Olhou para a janela, apreciando o espectáculo maravilhoso e luz que o cegava. Foi com essa imagem que perdeu os sentidos.

Este texto foi escrito para ser o prologo do livro Teia de Memórias.  Todavia, decidi não incluí-lo no livro.