quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Balanço Anual de 2014

Aqui ficam as minhas estatísticas anuais:

Postagens mais lidas no blogue


1 - A Menina dos Doces - Escolha da Capa 139 visualizações
2 - Divulgação: Comandante Serralves 111 visualizações
3 - Caderno Vermelho: Lançamento 98 visualizações
4 - Caderno Vermelho: Sessão de Lançamento 92 visualizações
5 - Caderno Vermelho: Chegaram os exemplares! 86 visualizações

Creio que esta lista faz um apanhado interessante dos acontecimentos mais importante do meu círculo literário: os lançamentos do Caderno Vermelho e Comandante Serralves - Despojos de Guerra. Para além disso ficou marcado pelo trabalho que continuo a desenvolver no romance A Menina dos Doces.

Livros Lidos

 

4 - A Storm of Swords de George Martin (Parte 1 e Parte 2)

Este ano li apenas 34 livros, muito menos que nos anos anteriores. Apesar de na altura ter dado só 4 estrelas, tenho de confessar que o livro do Philip Pullamn acabou por ser o livro que mais gostei de ler em 2014. A história ficou-me na memória e o resto da trilogia foi sempre a melhorar (as reviews vão sair algures em 2015). Isto porque a classificação também tem em conta a expectativas, por exemplo, tinha grandes expectativas para os livros do George Martin e apesar da qualidade e das 5 estrelas, considero que outros livros me surpreenderam mais.

Lançamento do Caderno Vermelho



Em 2014 lancei o meu primeiro livro, Caderno Vermelho, em edição de autor, o qual está virtualmente esgotado. Foi uma experiência interessante a qual espero repetir em breve. Um marco sobre o qual já muito foi dito e mais não vale a pena acrescentar por agora. Se vai haver segunda edição? Talvez, se houver interesse.

Editorial Divergência

Grande parte do meu ano foi gasta na Editora, a qual publicou dois livros no ano corrente. Foi uma experiência muito proveitosa, onde toda a equipa aprendeu e desenvolveu as suas capacidades.

Contos Publicados



Este ano houve também menos produção literária. Para o ano espero conseguir escrever mais e melhor.

Projectos Literários

Um ano também marcado pelo Camp Nanowrimo falhado e pelo Nanowrimo onde consegui escrever As Nuvens de Hamburgo (o qual já está em leituras beta) e dar um avanço gigante no Canto do Rouxinol (cuja saga da escrita já dava um livro por si própria). Continuo a editar A Menina dos Doces, que espero publicar em 2015. Lancei também uma compilação de contos do universo Porto e Galiza.


Encerro este último post do ano com votos de um bom ano Novo para todos.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Cupão




Uma troca involuntária de olhares com o desconhecido foi suficiente. Daniel interrompeu o vaivém pelo passeio, que o mantivera ocupado durante a manhã, e enveredou por uma ruela. O homem seguiu-o.
Tem cupões? ― interpelou-o o desconhecido.
Daniel virou-se e observou o homem. Não teria mais de quarenta anos, usava um fato escuro gasto e uns óculos redondos de vidro esverdeado.
Tenho o meu! Mas que raio de pergunta é essa? ― devolveu, contendo-se para não soltar um gesto obsceno.
O homem sorriu e Daniel fez o mesmo. Deixou as mãos nos bolsos da gabardina castanha-clara e os músculos da face relaxar. Sabia o que estava prestes a acontecer e não podia fazer nada para o evitar.
Peço desculpa ― respondeu-lhe o sujeito, levando a mão ao bolso.
Outro desconhecido surgiu à entrada da rua. Este era mais novo e usava uma indumentária semelhante. Avaliou o segundo homem, percebendo que nunca poderia correr mais do que eles.
Com a sua licença, eu tenho outros assuntos a tratar... ― desculpou-se Daniel, virando costas aos sujeitos.
Espere! ― prosseguiu o homem, esperando até ele olhar de volta. ― Eu vi o senhor andar de trás para a frente nesta rua durante toda a manhã. Tanto passeou que, de certeza, não haverá problema se o retivermos por mais uns breves momentos.
Polícia de Segurança Interna ― identificou-se o segundo, retirando o cartão do bolso. ― Levante os braços e fique quieto!
Está bem, não tenho nada a esconder... ― levantou os braços e acenou com as palmas das mãos abertas.
Os dois agentes aproximaram-se. Um agarrou-lhe no braço direito e torceu-o até Daniel cair de joelhos. O outro vasculhou-lhe os bolsos, enquanto a dor se intensificava e alastrava pela perna esquerda.
Seu traficante de meia-tigela, vais pagar caro por estes teus negócios! ― prometeu o que lhe segurava o braço.
Apontando-lhe uma pistola à face, obrigando-o a despir o casaco e a tirar os sapatos. O produto da busca foi amontoado sobre o passeio. Os agentes fixaram o olhar no único cartão amarelo.
Daniel Pereira, quem é esta pessoa? ― interrogou-o o agente, lendo o nome no cupão.
Sou eu, veja na minha carteira... ― respondeu-lhe, ainda no chão.
Os polícias abriram a carteira e inspeccionaram os documentos.
Senhor Daniel Pereira, parece que desta vez se safou ― disse-lhe o mais velho, atirando a carteira para o chão de modo a que o conteúdo se espalhasse.
Os dois homens viraram costas e afastaram-se.
Ainda com os joelhos e pulsos doridos, levantou-se e recolheu os seus pertences espalhados pelo beco. Cerrou os punhos e suspirou ruidosamente. Ajeitou as roupas e voltou à rua principal.
Não tinha dúvidas que os agentes o iriam seguir nos próximos dias. A tarefa que tinha em mãos não podia esperar tanto. Precisava de comprar um cupão no mercado negro antes do fim do dia. Sem aquele papel amarelo, era impossível comprar comida.
Num passo determinado, desceu em direcção à estação de São Bento. Parou uma ou duas vezes de frente às montras, certificando-se que um sujeito de óculos escuros esverdeados seguia no seu encalço. Decidiu pôr em prática uma das manobras do manual.
Entrou na estação e desatou a correr, saindo pela outra porta. Esperou um momento antes de voltar à rua. Com o coração aos pulos, caminhou em passo apressado de volta para onde os agentes o tinham interpelado.
Sorriu ao ver o velho no seu banco de madeira habitual. Ele sentava-se sempre nas mesmas tábuas verdes, para esperar à sombra de um plátano centenário. Sentou-se ao seu lado, tentando estimar quanto tempo teria até os agentes lhe encontrarem de novo o rasto.
Bons olhos te vejam, meu filho ― disse-lhe o homem
Que Deus o abençoe e o guarde de todo o mal.
O idoso passou-lhe um envelope castanho e Daniel enfiou-o no casaco do sobretudo. Levantou-se sem se despedir. Dirigiu-se ao mercado da rua de Santa Catarina. Era quase hora de almoço e nem assim o movimento diminuía. As barracas amontoavam-se, ocupando espaços que não lhe estavam destinados. De quando em quando, os gritos das vendedoras de tecido sobrepunham-se aos outros ruídos.
Há sete anos atrás ainda era possível comprar comida no mercado da capital, mas à medida que a guerra se prolongava, toda a produção estava cativa do estado. Ninguém poderia obter alimentos sem apresentar o cartão. A luta do Norte contra o Sul já tinha feito correr rios de sangue. As dores esporádicas na perna esquerda, fruto de um disparo de metralhadora, relembravam-no o porquê de não cumprir oito anos de serviço obrigatório.
Embrenhou-se na multidão, lutando para passar. Sabia que os polícias nunca o encontrariam no meio da confusão.
Percorreu metade da feira antes de se deparar com o comerciante que procurava. Era um homem magro que usava uma barbicha excessivamente longa. Todos o que o conheciam concordavam, era impossível estimar a idade do sujeito, só sabiam que ele era mesmo muito velho.
Bom dia, meu jovem, em que posso ajudá-lo? ― cumprimentou com um sorriso que mostrava uma dentição ainda perfeita.
Estou interessado nos seus produtos.
Esteja à vontade ― convidou o comerciante, estendendo a mão sobre a mesa que servia de balcão.
Durante um momento, Daniel fingiu estar interessado nos relógios de parede. Não tinha pressa, pois sabia que um acto irreflectido deitaria tudo a perder. De um modo subtil, abriu o envelope que lhe havia sido dado sem o retirar do sobretudo, ficando com o diminuto pedaço de papel na palma da mão.
Eu gostaria de ter um relógio que marcasse as horas das refeições... ― pediu, olhando o homem nos olhos.
Quem vive em sua casa?
Uma senhora.
E ela é nova ou velha?
Nova.
Então eu aconselho-lhe a levar este aqui ― sugeriu, apontando para um relógio branco redondo.
Parece-me bem, quanto custa?
Oitenta contos de reis.
Retirou um maço de notas do envelope e pagou ao homem. O velho contou duas vezes o dinheiro antes de lhe dar o relógio.
Deixou o mercado e desceu para a parte velha da cidade. Alguns dos prédios tinham, pelo menos, o dobro da idade da Grande Guerra Europeia. Aquela parte do Porto ainda não fora bombardeada, o que não era de admirar, não era preciso lançar bombas naquela vizinhança para os prédios caírem, eles desmoronavam-se sem precisar de ajuda.
Ao chegar ao seu edifício, deparou-se com dois homens que esperavam do outro lado da rua. Vestiam camisas brancas e calças de feltro, não tinham aspecto de trabalhadores. O coração quase lhe saltou da caixa torácica.
Cada passo era uma tortura e tinha de se obrigar a dá-lo. Um dos homens olhou-o e um arrepio frio percorreu-lhe a coluna. Adivinhou que seria o fim da sua carreira, o que tinha na sua posse era mais do que suficiente para o incriminarem. Seria acusado de tráfico, traição, encobrimento de agentes estrangeiros. Cada uma dessas acusações era suficiente para servir num batalhão penal, onde pagaria em sangue pelos seus crimes.
A agente que chegaria no dia seguinte seria também capturada. As chances de alguma vez destruir esta oligarquia estavam reduzidas. Em particular, chateava-o não ter conseguido vingar o seu irmão, morto na linha do Mondego.
Os dois sujeitos tocaram à campainha, ignorando-o por completo. Ainda com as mãos a tremer entrou no seu prédio. Subiu as escadas e trancou-se no seu apartamento. Colou-se à janela da cozinha.
Um dos homens conversava agora com o vizinho da frente. O outro saiu do interior do edifício com uma volumosa caixa de madeira. Um par de notas trocaram de mãos e os dois homens desceram a rua com a mercadoria.
Respirou de alívio, percebendo que a sua mente pregara-lhe apenas uma partida. A revolução iria acontecer.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Chá de Domingo #24: Balanços Anuais

Chega a estes dias do ano e os bloguers fazem-nos chover uma data de balanços anuais. Yap! Nem eu estou fora dessa moda!


Depois do Natal e antes do Ano Novo as redes sociais e a blogosfera são invadidas por balanços do ano vigente. Não sei se é tradição ou vício,mas a verdade é que ano após ano a história é sempre a mesma, relembram-se as vitórias e também os pontos menos bons.
Se para algumas pessoas é apenas uma viagem no ego, para outras é uma forma importante de olharem para atrás e verem o que de bom conseguiram para se auto-motivarem para o ano seguinte. Há quem o faça para receber palmadinhas nas costas e há quem o faça para não ficar por baixo. Há relatórios curtos e há outros mais pormenorizados. Há listas de tudo e mais alguma coisa: filmes, livros, séries, animes, musicas, bandas e outras coisas que nem ocorrem. Depois há os plágios, quem copie secções de outras pessoas e adapte para si. Se há quem faça listas, também há quem prefira o texto corrido.
Há tantas variações que me cansaria de as nomear todas. Aliás, já estou farto de falar nisto!
Falando agora um pouco dos meus balanços: acontecem às vezes. É o ponto fundamental. quem já conhecia o meu blogue antigo sabe que os balanços aconteceram nalguns anos, mas noutros nem vislumbres deles. Creio que o primeiro ano em que fiz um foi em 2004. Foram mais os anos em que não fiz dos em que fiz, sendo que a última edição foi em 2013 e pode ser encontrada aqui.
Como são os vossos balanços anuais?

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Livros: Diário Secreto de Camila

Conheci este livro assim que saiu, mas demorei até agora para o conseguir ler.


Autoras: Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Sinopse: Apesar de ser Inverno e de estar frio, Camila decidiu ir comprar um gelado. Enquanto esperava o troco, deu de caras com um rapaz que lhe pôs o coração em alvoroço. quem seria? Teria reparado nela? O encontro breve não permitiu tirar conclusões, mas uma coisa era certa: apaixonara-se irremediavelmente. Como lhe pareceu captar indícios de que ele vinha morar para o bairro, nunca mais teve sossego. A vida ganhou um sabor novo, passou a girar ao ritmo dos sentimentos e a incluir longas horas de espionagem sobre os prédios em redor. Tantas emoções juntas fizeram-na sentir necessidade de escrever um diário. E o hábito de comunicar ao papel os pensamentos mais íntimos transformou-a numa observadora atenta, crítica, perspicaz. Dia após dia vai aprofundando o conhecimento de si própria, dos outros, do mundo. Multiplicam-se as descobertas e as surpresas, mas a paixão resiste.


Romances de aprendizagem tem um lugar muito especial na literatura juvenil. Diário Secreto de Camila merece um lugar de destaque, apesar de não conseguir ofuscar A Lua de Joana. Escrito em forma de diário, como o próprio nome indica, é uma história cativante e com um bom fio condutor. É fácil criar empatia com a personagem principal e as suas acções são bastante verossímeis. A linguagem empregue é a própria de uma jovem e as preocupações retratadas são comuns a muitos adolescentes. É um livro curto, contudo, parece-me ter o tamanho certo para um manuscrito desta natureza. Só me arrependo de não o ter lido na idade certa, mesmo assim, é um leitura interessante para os mais velhos.
Recomendo a todos os jovens entre os 14 e 16 anos, e também aos adultos que se interessem por romances de aprendizagem.

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Crónicas do Porto e Galiza

Tal como prometido, vou disponibilizar o seguinte ebook de forma gratuita:

https://dl.dropboxusercontent.com/u/5059373/Cronicas.pdf


Autor: Pedro Cipriano
Sinopse: Imagine que a própria União Europeia acabou numa violenta luta do Norte contra o Sul. Imagine um Portugal que se fragmentou em três estados. Imaginem que um desses estados vive mergulhado num regime fascista cujo objectivo único é dominar o resto da península Ibérica. Esta é a realidade de Rui, Bruno, Leonor, Manuel, Miguel, Ana e Daniel, assim como o de milhares de outros cidadãos.


Espero que gostem! Boas leituras!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Em breve mais um presente de Natal....

Em breve haverá mais um presente de Natal para os meus leitores:


Irei disponibilizar este livro para download gratuito entre o dia 24 até ao dia 31 de Dezembro de 2014. Incluí sete contos do meu universo ficcional "Porto e Galiza", um dos quais inédito. Haverá também um passatempo cujo o prémio será um exemplar do meu livro "Caderno Vermelho".

domingo, 21 de dezembro de 2014

Chá de Domingo #23: Presentes de Natal

Hoje decidi entrar no espírito natalício e deixar-vos um pequeno presente de natal.


Que outros presentes poderiam ser senão ebooks grátis? Para ajudar à festa, escolhi só autores portugueses.


Autor: Anton Stark
Sinopse: Um sonho, tão real quanto perigoso. Uma teoria, que pode explicar uma das verdades fundamentais do cosmos. Uma experiência para comprovar a ligação entre ambos. Acompanhe Toltep e o seu avô Hara'can enquanto ambos tentam comprovar a obscura teoria das Cordas de Itz'mucan.
Toltep acabou de morrer. Pelo menos, foi com isso que sonhou. Com a ajuda do seu avô, o professor e cientista Hara'can, vai tentar apurar se o sonho foi apenas um fragmento de imaginação ou um evento real, através da teoria das Cordas de Itz'mucan. A descoberta terá repercussões maiores do que as que podem imaginar. Um conto de Ficção Científica a não perder. 
https://www.smashwords.com/books/view/460887


Autor: Manuel Alves
Sinopse: Na segunda metade do século 21, ciborgues dotados de inteligência artificial são fabricados em Séries distintas. A Série Vénus é destinada a funções sexuais. A C12, a entidade privada mais poderosa do mundo, lidera a exploração comercial da Série Vénus e pretende dominar definitivamente o mercado com o lançamento de um novo modelo, o Vénus 12, que não se limitará a pensar.
https://www.smashwords.com/books/view/374156


Autora: Leonor Ferrão
Sinopse: Um cavalo Puro-Sangue Lusitano, de boa linhagem, sonha ser um campeão e honrar os seus antepassados. Para tal, precisa de adquirir um cavaleiro, e escolhe a Feira da Golegã para o fazer. Mas uma compra precipitada irá mostrar-lhe que o caminho para a imortalidade nem sempre é o mais óbvio.
https://www.smashwords.com/books/view/497649


Autora: Carina Portugal
Sinopse: Durante mais de um século, Rouco manteve a sua guarda, sob a ponte de uma antiga vila. Algo negro habita-a, escondido entre as pedras degradadas e os líquenes, aguardando a chave da sua libertação. Aurora, uma menina cega, é a única que tem o dom de as conseguir ver. Contudo esse dom é também uma maldição.
https://www.smashwords.com/books/view/501731


Autora: Alexandra Rolo
Sinopse: E se na passagem de ano, ao bater da meia-noite, tudo parasse?
E se fosses tu a acordar para este pesadelo?
Mariana abre os olhos para uma verdade impossível. Todos à sua volta estão inconscientes. Nem os ponteiros do relógio se moviam.
https://www.smashwords.com/books/view/503016


Autora: Ana C. Nunes
Sinopse: Teria sido uma noite como outra qualquer se a terra não se tivesse aberto debaixo dos seus pés, qual monstro esfomeado. E afinal o que é aquilo que brilha no cimo da montanha? Cabe à Heroína e ao seu fiel Mascote descobrir o que se passa e consertá-lo. Ou será que ainda vão fazer pior?
Esta é a segunda aventura ilustrada da Heroína.
https://www.smashwords.com/books/view/481516


Autora: Olinda P. Gil
Sinopse: Um conto de Natal que retrata um Natal em Família.
https://www.smashwords.com/books/view/494453

Boas leituras!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Leitores Beta encontrados: As Nuvens de Hamburgo

 


Lembram-se das outras leituras beta que pedi? O Caderno Vermelho foi publicado este Verão e estou a terminar a revisão de A menina dos Doces.

Em pouco mais do que 24 horas voluntários encheram-me de novo a caixa do email. queria agradecer aos que me ajudaram a divulgar esta iniciativa, em especial ao FLAMES e ao Cantinho do Corvo Fiacha.
Para além de haver bastantes voluntários, muitos deles se comprometeram a ler o livro nos próximos dias. Fiquei mesmo contente com tamanha disponibilidade. O meu grande muito obrigado a todos.
Espero ter novidades sobre este livro em breve.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Procuram-se Leitores Beta: As Nuvens de Hamburgo

Procuro leitores beta para o livro As Nuvens de Hamburgo.


Sinopse provisória: Quando Marta vai viver para Hamburgo em Erasmus nada a preparava para uma viagem no tempo à época nazi. Sem acreditar nos seus próprios sentidos, os saltos temporais entre o presente e o passado multiplicam-se, colocando-a em perigo de vida, sem que ela tenha qualquer controlo sobre eles. Estará tudo na sua imaginação? Haverá algum propósito?

O que é um leitor beta?
Leitor Beta é aquele que tem por hábito ler, pelo menos, 1 a 2 livros por mês. Espera-se que tenha uma língua afiada para a crítica, ajudando assim o autor a melhorar a sua obra.
Quem procuro?
- Leitores (m/f) que apreciem fantástico e com o tema viagens no tempo 
- Idade mínima 14 anos.
- Leitores que assumam o compromisso de ler a obra na íntegra e sobre ela emitir uma crítica/sugestões (construtiva (s) de preferência) no seu todo (personagens, enredo, cenários, etc…), haverá um pequeno formulário para ajudar nessa tarefa.
- Pretendo no mínimo 3 leitores Beta.
O que procuro?
- Opiniões sinceras e honestas! Nada de leitores passivos que apenas absorvem o que gostaram. Preciso de gente com fibra que opine genuinamente sobre o que leu, que saiba fundamentar a crítica, no sentido da qualidade da obra. O que está bem, está e o que está mal, tem que se mudar – importante frisar isto!
- Os personagens são credíveis? Consensuais? Profundos? Enfadonhos?
- A história tem ritmo? Prende-te a cada página? Provoca sensações?
- Os cenários estão adequados? Como é o enquadramento das cenas?
- No final das primeiras páginas o que prevês que aconteça ao enredo?
- O final do livro é previsível? Envolves-te ao ponto de sentir todas aquelas emoções?
Todas as gralhas, erros frásicos e de construção podem também ser apontados, embora esse não seja o objectivo desta leitura.
Se achas estar preparado para ler e opinar, manda-me um email para pedromrcipriano@gmail.com e fala-me um pouco de ti. Conto contigo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Livros: Auto da Barca do Inferno

Muitos de nós leram e analisaram a obra na escola. Eu decidi voltar a ela para ser uma nova leitura e a idade me abririam outras portas ao texto.


Autor: Gil Vicente
Sinopse: A primeira representação que se conhece de Gil Vicente é o Auto de uma visitação, também conhecida por Monólogo do Vaqueiro, representado em 8 de Junho de 1502, nos aposentos da rainha, para celebrar o nascimento do herdeiro da coroa, o futuro D. João III. Responsável pelos «autos d’el-rei», Gil Vicente esteve ao serviço de D. Manuel I até 1521, muito protegido pela Rainha D. Leonor, viúva de D. João II, e depois pelo próprio D. João III, pelo menos até 1536, data da sua última peça, Floresta de Enganos, e ano em que terá morrido. Continua hoje a discutir-se se será o mesmo Gil Vicente, ourives, que fez a custódia de Belém, realizada para o Mosteiro dos Jerónimos, em 1506.
(...) Na sequência de tradições do teatro medieval o Auto da Barca do Inferno (1517) desenvolve o tema da morte e do destino das almas em função da vida passada na terra. Talvez porque medita sobre uma questão que importa a toda a humanidade, continua, ainda hoje, a interessar o público contemporâneo e a fazer rir pela exposição irónica de pecados e faltas de personagens representativas de diferentes grupos sociais do início do século XVI.


Creio que o autor dispensa apresentações, pelo menos para a maioria de nós. Para quem não conhece basta consultarem este link. Esta é uma das peças de teatro mais conhecidas em Portugal. Pena que esta edição não lhe faça justiça, para começar o livro ficou ridiculamente minúsculo e depois nem a capa nem a formatação interior ajudam. Para além disso, deveria ter mais notas explicativas.
A manuscrito em si combina o melhor da sátira portuguesa em forma de teatro. Um texto que continua actual e relevante, sendo fácil de encontrar paralelismos na nossa sociedade. Apesar das palavras em português antigo dificultarem o entendimento, não me parece que seja um factor que limite em demasia o desfrutar da obra.
Recomendo a todos este texto mas numa edição diferente!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 14 de dezembro de 2014

Chá de Domingo #22: ISBNs

Creio que este foi mesmo o assunto mais sério e polémico da semana.


Antes de mais, quem ainda não sabe disto precisa de ler a notícia a partir da fonte, aqui no site da APEL. Em resumo, a partir de 31 de Dezembro de 2014, a APEL deixa de contar com o financiamento do estado e como consequência, as atribuições de ISBNs passam a ser pagas. O ISBN (International Standard Book Number) serve para melhor identificar o livro numa determinada edição, usados bastante no comércio para, por exemplo, gerar códigos de barras.
Estas alterações estão a gerar uma onda de indignação entre os escritores, em especial os auto-publicados. Há mesmo quem classifique a acção como inaceitável. Os preços começam nos 15 euros e para projectos que distribuem ebooks de graça, como por exemplo o projecto Adamastor, tornam a actividade impossível. Muitos admitem deixar de pedir ISBN devido que consideram mais uma maneira de sacar dinheiro à cultura. A APEL defende-se, argumentando que noutros países o ISBN é pago.
A longo prazo, esta medida irá potenciar o aumento do preço dos livros auto-editados ou de pequenas editoras. Os mercados de nicho vão ficar ainda mais difíceis de manter o que a longo termo fará algumas pessoas desistir. Esta previsão parece exagerada? Talvez, mas é o que a maioria dos comentários nas redes sociais à notícia sugere.
Como pequeno editor estou preocupado. Já elaborei orçamentos e vi-me obrigado a pedir ISBN à pressa antes que o ano termine. Quinze euros parece não ser muito, mas numa edição de 100 exemplares é bastante significativo. Nenhuma das alternativas me parece realmente desejável: aumentar o preço dos livros para compensar, deixar de ter ISBN ou retirar este valor da já magra fatia da editora. É possível que os livros deixem de ter ISBN, pelo menos durante algum tempo.
Quantos livros são publicados em Portugal? Será que justifica pedir um preço tão elevado? Certamente que não, valores na ordem de dois ou três euros seriam suficientes para o serviço. Podem ler mais sobre uma possível solução aqui. Ser sócio da APEL e ter o serviço de graça só compensa para editoras que publicam mais do que 17 livros por ano. Nenhum autor auto-publicado nem pequeno projecto editorial faz isso, nem de perto.
Creio que foi dado mais um prego no caixão da cultura em Portugal. O que acham disto?


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Livros: Infantry Attacks

Quem é que nunca ouviu falar do "Raposa do Deserto", o melhor general da Segunda Guerra Mundial?


Autor: Erwin Rommel
Sinopse: Rommel's classic World War I analysis of tactics and war experiences.


Este livro é um retrato fiel e conciso da experiência militar de Rommel durante a Primeira Guerra Mundial. Foca-se essencialmente nas tácitas e combate, deixando de parte tudo o que não se enquadrava, como por exemplo a vida pessoal do jovem tenente. Escrito numa linguagem técnica mas acessível, relata os estratagemas empregues por Rommel para alcançar a vitória nas várias campanhas em que este envolvido, sempre com um cuidado para minimizar o custo. O mais interessante deste livro é que muitas das tácticas ainda podem ser usadas hoje em dia, apesar dos equipamento se terem modernizado, os conceitos de flanqueamento, fogo de cobertura, e posicionamentos tácticos, continua quase inalterados.
Uma leitura muito interessante, que recomendo a todos os que se interessem pela Primeira guerra Mundial, Erwin Rommel ou tácticas de pequenos grupos de infantaria.



Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Livros: Comandante Serralves - Despojos de Guerra

Um projecto bastante arrojado para os dias que correm.


Autores: Ana Filipa Ferreira, Carlos silva, Inês Montenegro, Joel Puga, Rui Leite, Vítor Frazão
Sinopse: Depois da invasão Pahoehoente, a Aliança Humana trouxe paz e prosperidade ao Sistema Solar. Contudo trouxe também a supressão da cultura, a opressão e a padronização dos povos.
Existe, porém, uma lenda que há várias gerações traz esperança a todas as nações livres. O seu nome é: Comandante Serralves
Suba a bordo da nave Maria e deixe-se levar por um universo de relatos de resistência e luta. Conheça as muitas caras e corpos do Comandante e deixe-se maravilhar pelas comunidades que colonizaram os planetas de Mercúrio a Urano.
Que despojos de guerra contra os Pahoehoentes são esses que ainda hoje trazem perigo às nações livres? Que artefactos se escondem em torno do Sol que podem desequilibrar o braço de ferro entre Serralves e a Aliança?


Tenho de dar os parabéns a este ensemble de escritores por este projecto open source. Foi uma iniciativa corajosa e pouco usual. A capa ficou simples e apelativa. A paginação interior não ficou ao mesmo nível com alguns erros menores.

Métodos de Evasão por Carlos Silva
Este é o conto que serve de base ao universo Serralves. Movimentado, sem perder grande tempo a explicar as regras deste mundo. É uma leitura ligeira e agradável. 4 estrelas

Sinais de Vítor Frazão
Neste conto são introduzidos mais elementos do universo Serralves e de um modo mais consistente. Está bastante mais desenvolvido e tem uma acção mais complexa com vários twists. Infelizmente, quando comparado ao anterior, não brilha. 3 estrelas.

Dogson de Inês Montenegro
Adorei a vertente explorada neste conto. É curtinho mas memorável. Há uma personagem com profundidade psicológica. Não sei como poderia ter sido melhor conseguido. 5 estrelas

Despojos de Guerra por Carlos Silva
O autor foi fiel a si mesmo assim como à sua personagem. Acaba por ser um conto muito semelhante ao Métodos de Evasão e Sinais. Cheio de acção e fácil de ler. 4 estrelas

Das Eigentum por Ana Filipa Ferreira
A ideia e o ponto de vista explorado são muito bons. Acho que que poderia ter sido muito mais trabalhado. 4 estrelas

A Guerra Esquecida por Joel Puga
Este conto alia muita acção a alguma profundidade psicológica. Destaca-se dos escritos pelo Vítor e Carlos, apesar de assentar na mesma base. 4 estrelas

Static Falls por Rui Leite
Este conto acaba por não ter sido explorado como deveria. É um bocado confuso e tem um fim atabalhoado. 3 estrelas

Para terminar, considero que este romance em mosaico foi muito bem conseguido, não tendo havido grandes fossos de qualidade entre os autores.

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Livros: Lusitânia nº 3

Esta capa é fenomenal! Este mimo oferecido durante o Fórum Fantástico não podia ficar na preteleira durante muito tempo.



Autores: Joel Puga, Nuno Almeida, Pedro Ferreira, Pedro Pacheco e Rui Zink
Sinopse: Uma publicação de ficção especulativa com base na cultura portuguesa. Nela podemos encontrar os contos:

"A Maldição da Ponte do Arco" por Joel Puga
"Por Mares Nunca Antes Saqueados" por Nuno Almeida
"O Tesouro da Moura" por Pedro Ferreira
"Saltar a Fronteira" por Pedro Pacheco
"Amanhã Virão as Águas" por Rui Zink


Esta é sem dúvida a melhor capa de sempre da Lusitânia. Ao abrir este bonito volume fica-nos uma sensação agridoce: descobrimos que será o último número.

A Maldição da Ponte do Arco por Joel Puga
Um conto simples mas sólido que pega em elementos típicos portugueses. O fim, no entanto, esteve um pouco mais fraco. 4 estrelas

Por Mares Nunca Antes Saqueados por Nuno Almeida
Um conto mais movimentado e repleto de acção. O final foi um tanto apressado e não fez jus à tensão que se vinha a juntar. 4 estrelas

O Tesouro da Moura de Pedro Ferreira
Confesso que não era a primeira vez que lia este conto, o que retirou algum impacto. Um inicio interessante, bem desenvolvido e com um final inesperado. 4 estrelas

Saltar a Fronteira de Pedro Pacheco
Sem duvida o melhor conto deste número. Movimentado e com uma dose qb de emoções. Não conhecia o autor e fiquei com vontade de ler mais. 5 estrelas

Amanhã Chegam as Águas de Rui Zink
Este é o peso pesado deste número e aconteceu-me o mesmo que no anterior: as expectativas eram altas. O tema é interessante mas não me pareceu ter sido devidamente desenvolvido. 4 estrelas


Classificação: 4 estrelas

domingo, 7 de dezembro de 2014

Chá de Domingo #21: O retomar desta rubrica

Quem se lembra disto?


Nesta rubrica, aproveitava a tarde de Domingo, fazia um chá e discutia temas mais ou menos interessantes relacionados com a literatura. Exceptuando certas situações que geraram um tráfego anormalmente alto, esta rubrica era a que atraia mais pessoas ao meu blogue. Eu sentei-me aqui com a minha caneca e concluí que deveria estar a fazer algo acertado, de modo que decidi retomar!

Como devem ter reparado, no ano de 2014 foi bastante mais tímido na blogosfera. Deixei a Alemanha, voltei para Portugal e publiquei o meu primeiro livro. Em resumo a minha vida mudou drasticamente e foi-me difícil encontrar um equilíbrio que me permitisse escrever regularmente. Basta de falar de mim.

Fiquem sintonizados que já a partir da semana irei discutir um tema actual todos os Domingos.

PS: Aceito sugestões para temas nos comentários!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Livros: Almanaque Steampunk 2013

Comprei este mimo no Fórum Fantástico 2014!





Autores: João Barreiros, Sílvio do Ó, Marco Trigo, Joel Puga, Rui Alex, Rui Leite, Raquel da Cal, João Ventura, Diana Sousa, Sofia Romualdo e Carlos Silva.

Sinopse: Segunda publicação do Almanaque Steampunk, organizado pela Clockwork Portugal. Esta obra única conta com a participação de diversos autores portugueses, e inclui notícias, efemérides, artigos, contos, jogos com inspiração no vapor e uma banda desenhada steampunk. Tem também entrevistas exclusivas a Kaja e Phil Foglio (criadores de Girl Genius) e Dirk Müller, o realizador do filme steampunk "Airlords of Airia".


Quando se pega num livro destes, a primeira reacção é comparar à edição anterior. Nota-se aqui uma grande evolução, em especial nos contos. Todos os conteúdos estiveram ao mesmo nível da anterior ou superior, a decoração está muito bem conseguida e o livro no seu todo é muito agradável. Para além disso há uma excelente surpresa em forma de banda desenhada "Da Santa Terrinha à Lua" por Rui Alex e Rui Leite. Passando aos contos:

Onde as Ruas São Vazias de Diana Sousa
Este é um daqueles contos que ao ler não parecia nada de especial mas em que as impressões causadas permanecem por muito tempo. É como um boa bebida espirituosa, a quantidade é reduzida e o tempo de maturação longo, mas o resultado compensa.
5 estrelas

Antília - A Cidade Subaquática de Joel Puga
Uma narrativa focada no worldbuilding, parecendo mais um exercício do que um conto. Inserida nesta publicação funciona bem, mas não de forma isolada.
3 estrelas

Homo Machinae de Marco Trigo
A premissa é interessante e o desenvolvimento capaz, mas a narrativa e um tanto confusa e atabalhoada. Um trabalho de edição mais apurado iria sem dúvida ajudar.
3 estrelas

Quatro Voltas de Sílvio do Ó
Uma narrativa clara e fluída, que cativa o leitor desde o primeiro parágrafo. Não há mais nada a dizer deste conto excelente.
5 estrelas

Encantador de Bombas de João Barreiros
A edição encerra em chave de ouro com este consagrado autor, que faz jus à qualidade esperada.
5 estrelas

Fica no ar a nostalgia ao saber que não houve edição de 2015 e que a continuação deste projecto ainda é uma incógnita. Recomendo vivamente a todos os amantes de Steampunk!

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Livros: Crónicas do Sul

Quando encontro um livro do Luis Sepúlveda não resisto!


Autor: Luis Sepúlveda
Sinopse: "Os mortos estorvam, as vítimas estorvam, são incomodativas, e os que clamam por justiça são mais incómodos ainda."
Mas no silêncio que rodeia os perseguidos, há alguém como Luis Sepúlveda que não hesita em colocar a sua pena ao serviço de uma legítima demanda pela igualdade. Nestes breves e intensos textos, escritos entre a Primavera de 2005 e Dezembro de 2006, quando Pinochet morre, Sepúlveda debruça-se sobre uma longa galeria de horrores. A sombra do General e da sua família predadora paira ainda sobre o Chile e sobre as memórias de quem sentiu na pele a crueldade do tirano e assiste agora à sua morte. Até na civilizada França os fantasmas da intolerância serpenteiam pelas ruas e levam aos protestos dos imigrantes, provando que nenhum país tem a exclusividade da prevaricação.
Mas há sempre uma esperança de que as coisas podem mudar - encarnada pela mulher que preside agora aos destinos do Chile, Michelle Bachelet; pelos estudantes que lutam por um sistema de educação baseado na qualidade do ensino; pelos chilenos que, mesmo nas mais recônditas regiões do país, exerceram o seu direito de voto, dando provas de maturidade e civismo.
Um livro em que vibra de novo a paixão implacável de um grande escritor, capaz de fazer com que a denúncia e a indignação se transformem em matéria da mais alta qualidade literária.


Este livro explora uma vertente menos conhecida de Luis Sepúlveda, o de activista político, que usa a sua caneta para exigir um Chile mais justo. A linguagem não é tão simples e acessível como nos outros livros que li, mas a mensagem é muito mais directa. Dividido em pequenos textos, cada qual focando-se num tema específico, o autor tenta mostrar ao mundo o que se está a passar no Chile, ao mesmo tempo que, como exilado, gostaria de estar lá presente. As palavras vibram intensidade, clamam justiça, apelam à mudança, transbordam de polémica para não deixar ninguém indiferente nem impune, escritas com a mestria que só Luis Sepúlveda consegue. O único ponto menos bom é o tamanho dos ensaios, que são demasiado curtos e que provavelmente o foram para poderem ser acessíveis a todos os leitores.
Recomendo a todos os que se interessarem por activismo político ou história recente do Chile ou que simplesmente adorem este escritor!

Classificação: 5 estrelas



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Livros: História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar

Este autor tem um dom como poucos!


Autor: Luis Seúlveda
Sinopse: Esta é a história do gato Zorbas. Um dia, uma formosa gaivota apanhada por uma maré negra de petróleo deixa ao cuidado dele, momentos antes de morrer, o ovo que acabara de pôr. Zorbas, que é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que faz nesse momento dramático: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar. Tudo isto com a ajuda dos seus amigos Secretário, Sabetudo, Barlavento e Colonello, dado que, como se verá, a tarefa não é fácil, sobretudo para um bando de gatos mais habituados a fazer frente à vida dura de um porto como o de Hamburgo do que a fazer de pais de uma cria de gaivota...
O grande escritor chileno oferece-nos neste seu novo livro uma mensagem de esperança de altíssimo valor literário e poético.



Para começar, este livro fez-me sentir uma cerca nostalgia, pois passa-se numa cidade onde vivi bastante tempo: Hamburgo. Creio que o autor dispensa apresentações. Esta fábula moderna é um dos seus livros mais conhecidos. O livro foi escrito numa linguagem simples e fácil de entender (é considerado um livro para crianças), lê-se bem e rapidamente. Apesar desta simplicidade, o livro é suficientemente interessante para poder ser lido por adultos. Há várias mensagens neste livro que podem ser captadas por um leitor atento. Cada leitura traz novos detalhes, todos eles muito relevantes. Este é um daqueles livros que se irão recordar durante muito tempo. Recomendo a todos!


Classificação: 5 estrelas