sexta-feira, 30 de maio de 2014

Livros: The Book of Five Rings

Já me tinham recomendado este livro algumas vezes sem eu realmente lhe ter prestado atenção, julgando que ler a arte da guerra era suficiente.





Autores: Miyamoto Musashi e Yagyu Munenori
Sinopse: Here is one of the most insightful texts on the subtle arts of confrontation and victory to emerge from Asian culture. Written not only for martial artists but for leaders in all professions, the book analyzes the process of struggle and mastery over conflict that underlies every level of human interaction.
The Book of Five Rings —which has become a well-known classic among American business people, studied for its insights into the Japanese approach to business strategy—was composed in 1643 by the famed duelist and undefeated samurai Miyamoto Musashi. Unlike previous editions of The Book of Five Rings, Thomas Cleary's is an accessible translation, free of jargon, with an introduction that presents the spiritual background of the warrior tradition. Along with Musashi's text, Cleary translates another important Japanese classic on leadership and strategy: The Book of Family Traditions on the Art of War by Yagyu Munenori, which highlights the ethical and spiritual insights of Taoism and Zen as they apply to the way of the warrior.



Na minha opinião, o livro de Miyamoto Musashi é uma alternativa japonesa à arte da guerra. O autor dá inúmeros exemplos, tanto para duelos como para grandes batalhas, escritos numa linguagem simples e concisa. O segundo manuscrito incluído, de Yagyu Munenori, centra-se mais na filosofia da guerra e segue uma abordagem mais erudita. Ambas as obras são complementares, já que se focam em diferentes perspectivas da arte da guerra, e ambas igualmente válidas e relevantes. É difícil dizer mais sobre o livro sem entrar em detalhes discutidos no mesmo.

Recomendo a todos os que praticam artes marciais ou se interessam pelo tema.

Classificação: 4 estrelas

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Livros: Um Crime na Ópera

E deu-me para ler algo mais juvenil...

Autor: João Aguiar
Sinopse: Um espectáculo de ópera em Vila Rica não é coisa que interesse muito o Carlos, a Catarina, o Álvaro e o Frederico. Mas quando começam os trabalhos de montagem do palco, o Carlos julga reconhecer o homem que está a dirigi-los: é um criminoso e fez parte de uma quadrilha que o Bando dos Quatro ajudou a apanhar. Embora tudo indique que ele está enganado, o Bando dos Quatro começa a investigar e não tarda a descobrir um plano terrível: durante a representação da ópera, uma pessoa vai ser assassinada. Mas eles não sabem quem será a vítima...


Os livros juvenis deste autor conseguem sempre surpreender-me, tanto pelo conteúdo cultural como linguístico. O alter-ego do autor, o Tio João, é o meio usado para transmitir as mais variadas informações. Por vezes a trama é um tanto linear, mas também temos de ter em consideração que é um livro para jovens. Em resumo, para aquilo que é, cumpriu as expectativas e ainda as ultrapassou.

Recomendo aos jovens entre os 10 e 14 anos, assim como todos os adultos apreciadores do género

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Livros: A Ordem Oculta

Este é um daqueles assuntos que sempre me interessou.





Autor: John H. Holland
Sinopse: Como é que uma doença como a sida consegue destruir o sistema imunológico humano? Como é que cidades como Nova Iorque ou Tóquio conseguem fornecer alimentos, medicamentos, vestuário e outros bens essenciais a milhões de habitantes? O funcionamento de sistemas tão imensamente complexos como estes tem permanecido envolto em mistério. Nas suas pesquisas recentes, John H. Holland e o seus colegas do Instituto de santa Fé e da Universidade do Michigan abriram novos caminhos para a solução do problema. Holland - o criador dos algoritmos genéticos e um dos pioneiros nas novas ciências da complexidade - tem estado envolvido desde o início na emergência de um novo campo de investigação: o dos sistemas adaptáveis complexos. Esta obra de ruptura - escrita com a autoridade científica e o estilo incofundível de Holland - oferece-nos pela primeira vez um síntese coerente desta disciplina emergente.


Eu li a versão portuguesa da Gradiva.

Estamos perante um tratado extraordinário sobre a complexidade. O autor consegue, numa linguagem acessível, transmitir o state-of-the-art (em 1995) sobre este fenómeno que é um dos mistérios que a ciência ainda não conseguiu explicar nem caracterizar. O autor defende que, através de regras e processos simples, descritos em detalhe, a adaptação gera a complexidade. O único ponto menos forte da obra é o detalhe e as páginas dedicadas a certos pontos que não irão interessar ao comum dos leitores.

Aconselho a todos os que queiram aprender sobre sistemas complexos e adaptativos.

Classificação: 4 estrelas



terça-feira, 27 de maio de 2014

Livros: The Hand of Fatima

Infelizmente, este livro passou muitos meses na prateleira antes que eu tivesse tempo para lê-lo. Arrependi-me... de ter esperado tanto!


Autor: Ildefonso Falcones
Sinopse: A história de um jovem dividido entre duas religiões e dois amores, em busca da sua liberdade e da do seu povo, na Andaluzia do séc. XVI.
1568. Depois de derrotados por Isabel, a Católica, a comunidade muçulmana andaluza sobrevive com muitas dificuldades, sob a constante repressão dos Cristãos, mas depressa o descontentamento dá lugar a uma sanguinária revolta.
Entre os revoltosos encontra-se Hernando, um jovem desprezado pelo seu próprio povo e maltratado por Brahim, o seu padrasto. Dotado de uma extraordinária habilidade para lidar com animais, Hernando salva a vida ao filho de uma jovem belíssima, Fátima. Dividido entre a fé que lhe foi incutida e as atrocidades que vê serem cometidas em nome de Alá, o seu coração impele-o a ajudar um nobre cristão, obtendo a sua eterna gratidão.
Porém, a sua coragem e honestidade também lhe granjeiam alguns inimigos, sobretudo o seu cruel padrasto que, aproveitando-se da morte do rei, consegue condenar Hernando à escravatura e desposar a bela Fátima, o grande amor do enteado. Brahim, na qualidade de lugar-tenente do novo monarca, parece inatacável, e Hernando parece condenado à desgraça…



Estamos perante um épico! Confesso que a minha opinião em relação a este livro poderá ser um pouco subjectiva: eu adoro este tipo de livros.

É um livro grande que vai demorar muitas horas a ler, mas cada palavra vale bem a pena. Como no livro anterior, A Catedral do Mar, a história segue a vida de um homem, através das suas aventuras amorosas, guerra, prosperidade, privações, etc. As páginas levam-nos a uma Espanha Medieval como os passos que nos levam ao parque mais próximo. A intensidade do relato prende o leitor até à última página com os desafios crescentes que a personagem tem de enfrentar. A linguagem é adequada e o tom é o esperado de um romance histórico.

Recomenda-se vivamente a todos os que gostam de ficção histórica e aos que ainda não sabem que gostam!

Classificação: 5 estrelas

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Livros: The Wave

Este foi um daqueles casos em que vi o filme antes de ler o livro.






Autor: Morton Rhue
Sinopse: The Wave is based on a true incident that occured in a high school history class in Palo Alto, California, in 1969.
The powerful forces of group pressure that pervaded many historic movements such as Nazism are recreated in the classroom when history teacher Burt Ross introduces a "new" system to his students. And before long The Wave, with its rules of "strength through discipline, community, and action", The Wave sweeps from the classroom through the entire school. And as most of the students join the movement, Laurie Saunders and David Collins recognize the frightening momentum of The Wave and realize they must stop it before it's too late.





Como é que um livro tão pequeno pode ter uma mensagem tão grande? Partindo do pressuposto que um fanatismo semelhante ao dos nazis nunca mais seria possível, um professor de uma escola secundária decide fazer um experimento com consequências que ultrapassam tudo o que se poderia imaginar.

Conciso, chocante e relevante: são os adjectivos que tenho para este livro. Há algumas diferenças entre o texto e a versão que saiu em filme, mas nada que mude a moral da história. Escrito numa linguagem acessível, o autor não perde tempo em explicações enfadonhas. Seria uma leitura agradável senão nos despertasse medos bem reais de que um dia o fascismo possa regressar e dominar grande parte do mundo, como fez no século XX.

Recomenda-se especialmente aos jovens que estão a ultrapassar a adolescência.

Classificação: 4 estrelas

sábado, 24 de maio de 2014

Livros: Thud!

Para minha grande vergonha (e preguiça), ainda não tinha lido nenhum livro de Terry Pratchett.


Autor: Terry Pratchett
Sinopse: Koom Valley? That was where the trolls ambushed the dwarfs, or the dwarfs ambushed the trolls. It was far away. It was a long time ago.
But if he doesn't solve the murder of just one dwarf, Commander Sam Vimes of Ankh-Morpork City Watch is going to see it fought again, right outside his office.
With his beloved Watch crumbling around him and war-drums sounding, he must unravel every clue, outwit every assassin and brave any darkness to find the solution. And darkness is following him.
Oh . . . and at six o'clock every day, without fail, with no excuses, he must go home to read 'Where's My Cow?', with all the right farmyard noises, to his little boy.
There are some things you have to do.


Este foi o primeiro livro que li de Terry Pratchett. A minha reacção às primeiras páginas foi de questionar-me do porquê de não ter começado a ler este autor mais cedo. Terry criou neste livro uma trama complexa contada num tom de bom humor que não deixa ninguém casmurro o dia inteiro. Acaba por ser um livro que pode ser lido tanto por miúdos como por graúdos. As personagens são vivas e vivem dilemas interessantes. A história avança a bom ritmo, mas qualquer leitor pode acompanhar. Acho que não preciso de dizer mais: definitivamente Terry Pratchett dispensa apresentações!

O Discworld é um universo que parodia toda a outra fantasia e só por isso merece existir! Pareceu-me que os livros deste universo podem ser lidos em qualquer ordem, já que não tive dificuldade em ler este. Este é um autor que se deve ler com frequência! Recomenda-se vivamente!

Classificação: 4 estrelas

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Livros: Northern Light (His Dark Materials #1)

Andei de olho nesta trilogia durante mais de um ano.


Autor: Philip Pullman
Resumo: When Lyra's friend Roger disappears, she and her dæmon, Pantalaimon, determine to find him.
The ensuing quest leads them to the bleak splendour of the North, where armoured bears rule the ice and witch-queens fly through the frozen skies - and where a team of scientists is conducting experiments too horrible to be spoken about.
Lyra overcomes these strange terrors, only to find something yet more perilous waiting for her - something with consequences which may even reach beyond the Northern Lights...


Confesso que não conhecia sequer este autor, pelo que este livro foi uma agradável surpresa. Escrito de modo a que possa ser apreciado por todos, Northern Lights acompanha as aventuras de Lyra, uma miúda de um universo paralelo ao nosso. Apesar de, à primeira vista, parecer apenas um romance infanto-juvenil, a complexidade da trama, a construção de um universo rico e consistente, assim como a profundidade das personagens fazem com que o livro possa ser também apreciado por leitores mais velhos. Os temas abordados saem um bocadinho fora do que estamos habituados em livros deste género, o que adiciona um gosto especial à leitura. Felizmente, este foi apenas o primeiro livro da trilogia e mal posso esperar para ler o segundo!

Recomenda-se vivamente aos mais novos e também aos mais velhos.

Classificação: 4 estrelas

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Livros: Society of the Spetacle

Este era um daqueles livros que eu andei meses à espera até o obter e poder ler.

Autor: Guy Debord
Resumo: Filósofo, agitador social, director de cinema, Guy Debord se definia como 'doutor em nada' e pensador radical. Ligou-se nos anos 50 à geração herdeira do dadaísmo e do surrealismo. A primeira edição brasileira de 'A sociedade do espectáculo' - um livro lúcido e demolidor, precursor de toda análise crítica da moderna sociedade de consumo.






Este é um daqueles livros que todos deveriam ler, pois pode alterar o modo como vemos o mundo que nos rodeia. Guy Debord escreveu um livro sem copyright e sem direitos reservados, no qual pôs uma mensagem forte. Ele defende que a sociedade em que vivemos é um espectáculo e todas as nossas interacções não são mais que teatro. Será realmente assim? É algo que cada um terá de decidir ao ler.

Escrito num tom erudito, com inúmeras referências a trabalhos conhecidos e exemplos, é uma tese sólida sobre a sociedade moderna. Está dividida em parágrafos para facilitar a leitura e a organização das ideias. Só não sei porque não há mais pessoas a lê-lo...

Classificação: 5 estrelas




quarta-feira, 21 de maio de 2014

Livros: O Último Papa

Como surgiu a oportunidade de conhecer este autor pessoalmente, eu decidi fazer as pazes com os trillers e dar uma oportunidade ao género.


Autor: Luís Miguel Rocha
Sinopse: 29 de Setembro de 1978. O mundo acorda com a chocante notícia da morte do Papa João Paulo I, eleito há apenas trinta e três dias. O Vaticano declara que Sua Santidade morreu de causas desconhecidas e que o corpo será embalsamado dentro de vinte e quatro horas, impossibilitando qualquer autópsia...
2006. A jornalista Sarah Monteiro recebe na caixa de correio um envelope com uma lista de nomes que não conhece e uma mensagem codificada. Inicialmente, Sarah fica apenas confusa, mas depois de a sua casa ser assaltada percebe que aquela lista a coloca em perigo.
O conteúdo do envelope revela um mundo de corrupção que a jornalista nunca imaginara e ajuda a descobrir a verdade sobre a misteriosa morte de João Paulo I. Arrastada para uma realidade em que mercenários implacáveis, políticos corruptos e membros da Igreja conspiram com o mesmo propósito, Sarah terá de escolher entre contar ao mundo a verdade ou salvar a sua própria vida.



Depois de muitos anos a ler JRS e Dan Brown, começava a achar que a formula do triller estava esgotada e estagnada, tanto na temática como na abordagem. Devo dizer que fiquei positivamente surpreendido com este livro, mesmo sem nunca ter lido mais nenhum do mesmo autor.

Para começar, gostei que abordasse a corrupção no Vaticano de um modo mais próximo da realidade que os outros livros do género. As personagens não são cliché, como nos últimos livros que tenho lido, e são multi-dimensionais. Como tive oportunidade de dizer ao autor, adorei o seu sentido de humor. Os únicos pontos menos bons foram as primeiras linhas, que não me parecem ser o melhor início para um livro, e alguns dos capítulos que tratam do passado ficaram aquém do que esperava.

Recomendo a todos os amantes de triller e/ou apaixonados por teorias da conspiração.

Classificação: 4 estrelas

terça-feira, 20 de maio de 2014

Livros: Sr. Bentley, o Enrraba Passarinhos

Depois do escândalo gerado por este livro e outros que a Saída de Emergência queria oferecer, não podia deixar de o ler.


Autora: Ágata Ramos Simões
Sinopse: Sr. Bentley, o Enraba-Passarinhos, irá provocar incontroláveis convulsões aos amantes das ditas avezinhas e a qualquer incauto que ainda não tenha compreendido as verdades do mundo. É um clister moral, uma purga mal-pensante, um insulto ao bom-gosto, um gosto pelo insulto, um compêndio de palavras feias e um espelho do Portugal politicamente correcto em que o leitor habita. O Sr. Bentley não conhece travão e nada tem de sagrado. Mais do que uma pedrada no charco, é um verdadeiro pontapé nas penduricalhas miudezas deste pântano à beira mar encalhado; Portanto, leitor, acomode a coquilha sobre as jóias da família, proteja os dentes, e prepare-se para a porrada, porque o Sr. Bentley é um peso-pesado. Um Atlas que carrega com alegria sobre os ombros tudo o que de mais abjecto, medonho, mesquinho, estúpido e medíocre os portugueses têm… e, por isso, é um verdadeiro encanto. Pensando bem, caro leitor, tire daí a mãozinha; este livro não é para si!


Este livro chegou às luzes da ribalta de uma forma no mínimo caricata: ia ser distribuído num banco, assim como outros, para promover hábitos de leitura dos seus clientes. Não o chegou a ser por considerarem que não era próprio para todos os públicos. Só por isso, tinha de o ler.

Este livro é uma sátira onde se contam muitas verdades. O Sr. Bentley personifica uma imagem de vilão tresloucado, que não respeita nada nem ninguém. Contudo, no decorrer da história, vamos descobrir que o Sr. Bentley é muito mais que isso. Escrito num tom coloquial, com uso do calão que todos conhecemos, não é um livro para todos os gostos. Ou gosta-se...

Recomendo a quem tenha uma mente aberta e não se importe de enfrentar uma boa dose de calão.

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Livros: Sonetos

Este livro andou mais de dois anos nas prateleiras antes de o levar para uma longa viagem de comboio.

Autora: Florbela Espanca
Resumo: Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8 de Dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de Dezembro de 1930), baptizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo.

Nesta edição encontramos as suas obras Livro de Mágoas (1919), Livro de Sóror Saudade (1923) e Charneca em Flor (1931).

Florbela tentou o suicídio por várias vezes, uma das quais em Novembro de 1930, na véspera da publicação da sua obra-prima, Charneca em Flor. Após o diagnóstico de um edema pulmonar, a poetisa perdeu definitivamente a vontade de viver. Não resistiu à terceira tentativa do suicídio. Faleceu em Matosinhos, no dia do seu 36º aniversário, a 8 de Dezembro de 1930. A causa da morte foi a sobredose de barbitúricos.



Eu não sou um grande fã de poesia, mas há obras que são incontornáveis e esta é uma delas. Ninguém escreve sonetos como os de Florbela Espanca. A meio da leitura caí na tentação de ouvir as versões em fado de Mariza dos sonetos Caravelas e Desejos Vãos. Ambas as interpretações capturam o essencial dos sentimentos derramados nestes versos: sonhos perdidos, amor não correspondido e o desejo da morte.

Recomendo o livro o quem gostar Camões, Antero ou poesia em geral.

Classificação: 5 estrelas

domingo, 18 de maio de 2014

Livros: Lusitânia 2

Depois de um primeiro número invejável quando comparado com outras iniciativas do género, estava curioso para ver se conseguiam elevar a fasquia. A capa ficou mesmo apelativa!


Autores: Carolina Vargas, Inês Montenegro, João Franco, Margarida Mendes, Pedro Cipriano e João Barreiros
Resumo: Uma publicação de ficção especulativa com base na cultura portuguesa.

Nela podemos encontrar os contos:

A sereia de Cacilhas - Carolina Vargas
A carta - Pedro Cipriano
A fonte dos Grifos - Inês Montenegro
O indicador de Deus - Margarida Mendes
O teu semblante pálido - João Franco
O coração é um predador solitário - João Barreiros


A revisão foi feita com mais cuidado que na edição anterior e o design interno está muito mais apelativo, o único senão são os espaços em branco que poderiam ser aproveitados.


A sereia de Cacilhas
Gostei da ideia e da maneira como foi desenvolvida. O inicio está um pouco fraco e o estilo de escrita conta mais do que devia, sendo os únicos pontos menos bons deste conto. Um pouco indeciso na classificação, decidi ser generoso. 4 estrelas

A Carta
Abstenho-me de comentar este por razões óbvias.

A Fonte dos Grifos
Apesar de tudo o conto está bom, mas fiquei desiludido porque esperava mais da Inês. Falta algo que não consigo definir! 4 estrelas

O Indicador de Deus
Foi o conto que mais deixou a desejar de toda a revista. Não gostei da abordagem nem do estilo empregue. 2 estrelas

O teu semblante pálido

Este conto está a um bom nível em todos os aspectos. Seria sem dúvida o melhor conto se não fosse o início. 4 estrelas

O coração é um predador solitário
Do João Barreiros esperava muito e, talvez por isso, fiquei desapontado. Algumas frases em alemão soaram-me esquisitas. Não há mais nada a apontar, mas de algum modo o conto não puxou por mim como outros do mesmo autor fizeram. 4 estrelas

Classificação: 4 estrelas

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Livros: A Bela Horrível

Este comprei-o num alfarrabista para completar a colecção e li-o no mesmo dia.



Autor: Álvaro Magalhães
Sinopse: Os crimes da abelha negra e as misteriosas tatuagens com o dia da morte certa, o caso da "Mulher Nua", a profecia da Deusa-Olho, o fotógrafo das almas, os misteriosos tongui e as duas faces da vida, a bela e a horrível, numa história de enganos, onde nada é o que parece.


Há uma clara diferença entre os títulos da colecção Uma Aventura e do Triângulo Jota. Temos de ter em conta a faixa etária alvo e mesmo assim se nota uma grande diferença. Os livros da primeira são todos muito iguais, enquanto os desta vão crescendo em complexidade, com tramas muito mais complexas e personagens muito mais trabalhadas.

Considero que, para um livro juvenil, foi muito bem conseguido. As personagens conquistam facilmente a empatia do leitor e a tensão está presente desde o primeiro momento. Os twists estão muito bem conseguidos, só é pena a quantidade de coincidências ser tão grande. Também gostei que o final não fosse o tradicional deste tipo de livro.

Recomendo a jovens que gostem de ler e adultos que tenham um súbito ataque de nostalgia.

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Livros: Ninguém escreve ao Coronel

Era um dos poucos livros desta colecção que me faltava ler. Encontrei-o numa loja de coisas em segunda mão e li-o na noite seguinte de uma assentada.



Autor: Gabriel García Márquez
Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1961, Ninguém Escreve ao Coronel é o segundo romance de Gabriel García Márquez, escrito durante a sua estada em Paris, onde trabalhava como correspondente de imprensa desde meados dos anos 50.
Num estilo puro e transparente, com uma economia expressiva excepcional que marcava já o seu futuro como escritor, García Márquez narra com brilho inaudito a história de uma injustiça e violência: um pobre coronel reformado vai ao porto esperar, todas as sextas-feiras, a chegada de uma carta oficial que responda à justa reclamação dos seus direitos por serviços prestados à pátria. Mas a pátria permanece muda...



É quase impossível não estabelecer uma grande empatia pelo Coronel. Escrito em poucas páginas e num estilo descomplicado, este livro tem o dom de embalar o leitor nesta história de miséria, injustiça e teimosia. As personagens são memoráveis e o retrato da velhice é credível. O único senão do livro é a sua extensão, depois daquelas 93 páginas, dá vontade de querer saber mais sobre o destino do Coronel e da sua esposa.

Recomenda-se a quem procura um livro pequenino mas que diga muito.

Classificação: 4 estrelas