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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Camp Nanowrimo - Julho de 2016: Dia 1 - De Novo...

E damos início a mais um Camp Nanowrimo!


Como passei o dia todo em viagem, num vaivém de entradas e saídas de aviões, com enormes tempos de espera, foi fácil encontrar tempo para escrever. Não percebo como é que tenho de apanhar três voos e gastar 10 horas para ir de Paris em França a Split na Croácia. O único ponto positivo é que tive tempo mais que suficiente para escrever a meta diária e ainda consegui ler bastante.

Decidi começar o primeiro dia com um conto, para não ser demasiado violento. Tenciono usá-lo para participar num concurso, de modo que escrevi algo bastante específico dentro do universo da Era Dourada. Acabou por me render cerca de mil palavras e fiquei satisfeito com o resultado. Como não podia ficar-me por isso só, peguei no último capítulo incompleto do Jarro de Porcelana que tinha escrito e dei-lhe continuação. Ainda não foi desta que o terminei, mas já não falta muito. Aproximo-me da recta final do livro e isso ajuda a escrita a fluir mais.

Neste primeiro dia escrevi 1875 palavras, um pouco acima do limite diário. Era porreiro se me conseguisse manter mais ou menos a par com plano. Nunca aconteceu, mas quem sabe se esta não é a primeira vez. O último Camp Nanowrimo também começou a uma sexta-feira, contudo o meu rendimento foi 1000 palavras menor.

Amanhã há mais!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Camp Nanowrimo: Abril de 2016 - Dia 1: O Início

Acabou de começar a primeira edição deste ano do Camp Nanowrimo.


Como vos falei aqui, decidi  juntar-me ao desafio, mesmo sem ter uma história delineada. O plano era escrever duas novelas, com cerca de 20000 palavras cada. No entanto, no último momento, optei por continuar o policial que andei a escrever no Nanowrimo anterior, O Jarro de Porcelana. A tarefa não ficou muito mais simples, visto que não tenho tido grande contacto com a história nos últimos tempos.

A meta a que me proponho são as 45000 palavras, que penso dar para terminar o livro. Caso ainda me faltem escrever algumas, irei criar mais alguns contos para o meu universo Era Dourada ou Porto e Galiza.

Assim sendo, às 7 da manhã meti mãos à obra. Aproveitei o tempo que tenho antes do trabalho para me levantar mais cedo e tratei de adiantar a minha contagem. Escrevi cerca de 500 palavras. Planeava escrever durante a hora de almoço, o que acabou por não acontecer e assim, quando cheguei a casa, consegui juntar cerca de 300 à conta, perfazendo um total diário de 813. Este valor é bastante abaixo da minha meta diária de 1500. Amanhã é Sábado e penso ser fácil recuperar.

E por hoje é tudo!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Guia - Parte 4

Podem encontrar a primeira parte do conto aqui, a segunda aqui e a terceira aqui.

“Mas aquele que as ouve, e não as observa, é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces; na qual a torrente deu com ímpeto, e logo caiu; e foi grande a ruína daquela casa.”
Lucas 6, 49

Desceu pelo caminho, aproveitando o sol matinal. Parou antes da curva que dava acesso ao acampamento. Inspirou de um modo profundo. Eram vidas que estavam em jogo, não podia falhar. Ao aproximar-se das tendas, já os nativos tinham dado pela sua presença. 
- Povo da floresta, chegou a vossa hora - clamou, estendendo os braços. - Venham comigo e serão salvos.
Os adultos olharam-no e um dos homens deu um passo em frente.
- Nós não queremos a tua ajuda. Nós somos felizes e livres aqui - declarou.
Já recebera respostas iguais. Não havia dúvidas na voz. No entanto, não queria baixar os braços.
-Há um inimigo poderoso que pode atacar a qualquer momento. Eu já os vi assim como a destruição que são capazes de fazer…
O homem trocou um olhar com o outro adulto.
- Nós somos fortes. Nós podemos combatê-los.
Amir notou, pela primeira vez, agressividade na expressão. Deixara de ser bem-vindo ali. Vislumbrou as armas, lanças primitivas. Não teriam hipótese. A sua missão falhara. Esperava-o uma longa viagem com apenas os seus demónios pessoais como companhia.
Poderia insistir, mas as forças faltavam-lhe. A velhice e o cansaço tomaram conta dele. Deixou de conseguir estar direito, encurvando-se e tomando apoio no cajado. Saber o destino que os aguardava, não ajudava em nada. Virou as costas e recomeçou a subir a colina.
A meio da subida, uma corneta fez-se ouvir em todo o vale. O coração falhou-lhe uma batida. Este era o som dos seus pesadelos. Desceu de volta o mais rápido que conseguiu, perdendo o fôlego. Não havia tempo a perder, eles poderiam chegar ali a qualquer momento. Quando chegou às habitações, viu que estavam num estado de aflição. Talvez fosse disto que precisavam para serem convencidos.
-O inimigo vem aí! Precisamos de fugir - suplicou-lhes.
Ninguém sequer olhou para ele. Notou que estavam a arrumar as suas coisas. O som repetiu-se, ecoando nos montes. Não os conseguia ver. Talvez ainda estivessem longe, mas a corneta significava que já tinham sido avistados.
- Têm de fugir agora! Eles podem chegar a qualquer momento!
As palavras já não tinham qualquer efeito. Encostou-se à árvore mais próxima e deixou-se deslizar até ao chão. A humidade começou a turvar-lhe os olhos. O destino deles estava traçado. O resto das forças abandonou-o. Sabia que cada segundo que perdesse ali diminuía as suas possibilidades de sobrevivência.
Já escapara outras vezes, para mais tarde voltar e não encontrar um único sobrevivente. Os corpos mutilados acompanhavam-no para onde quer que fosse, em especial quando estava sozinho. Os seus erros perseguiam-no. Ergueu-se com dificuldade e embrenhou-se pelo monte, sem se preocupar com os arranhões que os arbustos lhe causavam. As pernas ameaçavam deixar de responder a qualquer momento e os pulmões ardiam com o esforço.
Fez uma pausa a meio da encosta, apercebendo-se de que os nativos ainda se encontravam na aldeia. Nesse momento, os cavaleiros entraram no acampamento. Os dois homens foram atingidos por flechas. Os guerreiros estavam cobertos por uma armadura completa, que não deixava sequer ver a face. As armas estavam longe de ser primitivas. A mulher que parecida com Shira foi trespassada por uma lança. Os gritos preenchiam o ar, só abafados pelos cascos dos cavalos. Não conseguiu olhar mais. Não tardaria que os cavaleiros iniciassem as buscas nos bosques mais próximos.


Amir afastou-se dos caminhos trilhados. Ao longe os sons iam-se desvanecendo. A subida transformou-se em descida. Os joelhos suplicavam-lhe que parasse. Um grito mais profundo trespassou o ar. Era uma das mulheres. Ao pensar nas crianças, um arrepio subiu-lhe pela espinha.
E nesse momento sentiu uma dor lancinante no peito. Parou. Tentou agarrar-se ao tronco mais próximo mas os dedos não lhe responderam a tempo. Caiu no chão. Tentou inspirar. O ar não entrava. A dor espalhava-se pelo braço esquerdo. A visão turvou-se. O seu último pensamento foi para Bea.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

O Guia - Parte 3

Podem ler a primeira parte deste conto aqui e a segunda aqui.

"É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e pôs os alicerces sobre a rocha; e vindo uma enchente, deu a torrente com ímpeto naquela casa, e não a pôde abalar, porque tinha sido bem edificada."
Lucas 6, 48


- Filhos da floresta, ouçam o meu chamamento – gritou em plenos pulmões.
Já ninguém parecia interessado nele. Faziam as suas tarefas como se não estivesse ali. Nunca lhe havia acontecido que o ignorassem por completo.
- O momento esta a chegar em que eles virão pelos vosso filhos. Eu vi com os meus próprios olhos. Não haverá momento do dia ou da noite em que estejamos seguros. Eles vêm de qualquer direcção. Os seus números são imensos e as suas armas mortíferas.
Uma das mulheres escutava-o. Uma era quanto bastava. Uma pessoa e o grupo viria todo.
- Vi-os levarem filhos e mães. Matarem e comerem a carne. Carne humana. Levaram muitos mais para nunca mais os vermos. Eles são maus e violentos. Eles são a encarnação do mal. Sozinhos não os podeis parar. Vinde comigo e podereis viver na nossa cidade que é segura. As portas estão abertas para vós.
A mulher trocou um olhar com a que estava a seu lado.
- Povo da floresta, eu sou vosso amigo. Vi ter com vocês desarmado e com palavras de salvação. De vós, apenas quero que me sigam, não por mim, mas por vocês mesmos.
Não havia muito mais que podia dizer. Sentia que as dúvidas da mulher ainda eram demasiadas. Conhecia bem aquela expressão. Vira-a centenas de vezes. Teria de jogar a sua última cartada. Fitou as suas faces, compreendia as suas dores e problemas. Já os experimentara ele próprio. Esperava que eles compreendessem isso.
- A vossa existência é precária. A vossa comida não é certa, nem o vosso abrigo. Há animais que vos atacam. Há um frio do qual não conseguem escapar. As vossas crianças morrem antes de darem os primeiros passos. Ouçam filhos da floresta. Eu construí a cidade com as minha mãos e com as dos meus filhos. Criamos um lugar seguro onde não há fome. Queremos que vós partilheis desse paraíso. Queremos que se juntem a nós.
Parou. Já não havia mais nada para dizer. A face das mulheres traia uma reflexão profunda. Era bom sinal. Era hora de ir embora.
- Povo da floresta. Amanhã eu irei voltar. Os que quiserem, poderão seguir-me e eu vos levarei à segurança, à cidade onde nunca falta comida. Povo da floresta, ouçam, é uma amigo que vos fala.
Ainda última palavra ecoava nos montes, já Amir virara costas. Uma vez na encosta perdeu-se nos seus costumes. Adorava observá-los. A sua maneira pura e natural de viver a vida seria a melhor, não fosse o mundo estar a mudar.
As mulheres continuavam as suas tarefas. Pareciam conversar entre si. Talvez debatessem o que haviam ouvido. Esperava que sim. Os homens voltaram a meio da tarde. Haviam caçado algo grande. Noutras circunstâncias, Amir ficaria contente com o seu sucesso, contudo, neste caso não ajudava ao seu argumento. Pelo menos, haveria comida para todos.
Desviou o olhar para uma pequena planta que crescia ao lado. Tinha picos e era da mesma espécie que o arranhara no primeiro dia que vira o sol. Crescia apenas em solos férteis e as bagas escuras eram deliciosas e ricas. Lembrava-se desse dia como se tivesse acontecido ontem. Os sons, as cores, os cheiros, sabores e o tacto inundavam-no com sensações que julgara impossíveis. Dentro de si, crescia um desejo incontrolável. Era uma energia sem fim que se apoderava dele. Cada célula do seu ser exigia uma e só uma coisa. A culpa fora dele. Fora toda dele. Reconhecia que havia uma coisa boa na sua idade, há mais de dez anos que não procurava parceira. Duvidou que conseguisse resistir se encontrasse uma e ela o deixasse. Podia suportar muitas privações e desconfortos, mas essa dor estava para além do seu ser.


Voltou a focar-se na aldeia. A mulher que duvidara fazia-lhe lembra Bea. A sua doce Bea. Tinha os mesmos traços embora fosse mais madura. Era mais velha do que a sua irmã e amante, que morrera a dar à luz o segundo filho. Ambas as crianças, de olhar e corpo disforme tinham também perecido. Apertou um ramo da planta, deixando que os espetos se enterrassem na carne. Um fio de sangue percorreu o fundo do punho velho e calejado, começando a alimentar o solo. Havia dias que necessitava de dor física para acalmar o sentimento de culpa. O braço começou-lhe a tremer. Relaxou a mão e abriu-a. Tinha quatro buracos na palma. Afastou-se uns passos, procurando as folhas que podiam curar os ferimentos. Quando as encontrou, mascou-as e usou a pasta resultante para cobrir os cortes.
Apoiou-se na árvore e deixou-se deslizar até ao chão. Encoberto pelos arbustos, ninguém o poderia ver ali. O nó na garganta era grande e as lágrimas teimavam em não sair. Deixou que a noite caísse. Não quis sair dali, nem sequer para observar o acampamento. Não tinha vontade para se mover sequer, mas a dança de pensamentos não o deixou dormir. Quase que nem sentia a temperatura a descer. Bea. Era o seu dever protegê-la e acabou por ser ele o carrasco. À medida que os anos passavam essa noção perseguia-o cada vez com mais vigor. O cerco apertava-se a cada dia. Nesses momentos tinha receio que a sua mente falhasse primeiro que o seu corpo.
A madrugada encontrou-o com os músculos doridos e frios. Nada disso o incomodou. Tinha uma missão importante a cumprir. Era hora de ir buscar a tribo para a civilização.

Podem ler a última parte deste conto aqui.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Guia - Parte 2

Podem ler a primeira parte do conto aqui.

"Todo aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras e as observa, eu vos mostrarei a quem é semelhante."
Lucas 6, 47

Ainda era noite cerrada quando Amir despertou. Doía-lhe o corpo, em especial as costas. Não era o modo mais confortável de dormir. Desceu com cuidado. Os ossos estalavam a cada movimento. Tinha uma ligeira dor de cabeça. Era uma boa hora para ir procurar alimento. O luar abundante ajudava-o na tarefa. 
Na clareira que encontrou à frente, consumiu as pétalas retraídas das flores de Verão. Algumas folhas eram comestíveis, mas o estômago pedia mais. A sua vista podia já não ser o que era, mas conseguiu distinguir uma árvore na orla. Os seus frutos arredondados eram raros mas nutritivos. Aprendera isto ao longo da vida. Aproximou-se, constatando que nem precisava de subir para os conseguir colher. Comeu quantos quis.
Todavia, o homem não fora feito para morar na floresta. O seu habitat era a cidade. Como fora antes do cataclismo. Ultimamente, já ninguém falava nele, parecia que o tinham esquecido. Haviam passado cento e dois anos e Amir não tinha esquecido. Às vezes encontrava restos das cidades antigas, cobertas de vegetação. Em algumas não sobrava muito, fruto da arma que a humanidade jamais deverá construir de novo. Havia, no computador planos para o fazer. Não os compreendera e, no fim, decidira apagá-los de vez. Acontecera no dia depois da morte de Vera.
Cada vez que a recordava, era como se lhe arrancassem um pedaço do coração. Ela dera-lhe oito filhos, dos quais cinco ainda se contavam entre os vivos, só para um vómito terrível a levar. O único consolo que tinha é que ficara com ela até ao fim. Nestes momentos, recordar a cidade ajudava-o a desviar a mente do pior. Não era tão grande como as de outrora. Talvez os antigos não lhe chamassem sequer cidade. As casas eram de pedra, com telhados sólidos e lá viviam quase trezentas pessoas. Todos os anos nasciam duas ou três dezenas de crianças. Os campos em redor eram férteis e a muralha já os protegera da ameaça três vezes. Um monte de pedras e um portão de madeira era tudo o que havia entre eles e a morte. Era o preço que haviam pago por se tornarem sedentários. Era o preço a pagar pela civilização.
O céu começou a clarear. Era a hora de voltar a falar com eles. Desceu a encosta, aproximando-se da aldeia como se lá morasse. Sentiu as palmas das mãos suarem. Sabia que não era a vida dele que estava em jogo mas isso não deixava relaxar. Chegou antes do nascer do sol, enquanto despertavam. As mães dormiam com os filhos em seu redor. As crianças estava magras, mas pareciam saudáveis. Nestas condições, só os mais fortes sobrevivem.



- Filhos da floresta, ouçam a minha mensagem – clamou, com todo o seu ser. - O momento está perto. Ouçam a minha mensagem e viverão. Ignorem-na e serão tragados pela terra, vós e os vosso filhos. Ouçam-me, o momento está perto. Partam comigo, deixem tudo para trás se quereis viver.
As faces fitavam-mo com surpresa, mas a excitação do dia anterior já não existia. Não era um bom sinal. Não percebia porquê é que resultara tantas vezes e depois ficara mais e mais difícil. Preocupava-o saber que o mundo estava a mudar de maneiras que não compreendia.
- Que é ele? - ouviu uma das mulher perguntar.
Até a ouvir, tivera dúvidas de que falassem a mesma língua. Não era comum, mas j+a lhe acontecera. Teria de insistir. Teria de os fazer ver.
- Se quereis que os vossos filhos e filhas vivam, terão de vir comigo. Que ficar irá morrer.
Os olhares ficaram desconfiados. Amir achou que era melhor deixá-los por agora. Voltou ao seu refugio devagar, parando sempre que encontrava algo comestível. Sentia-se cansado. Não podia ficar mais do que um dois dias. Se eles não viessem, teria de os abandonar ao seu destino certo e sangrento. Estremeceu ao pensar nisso. Apesar de tudo, ele não mereciam isso. Ninguém merecia isso. Não tinha palavras para descrever os horrores que havia presenciado.
Vagueou, até encontrar um curso de água onde matou a sede. Voltou ao seu posto e ficou a mirá-los. Havia um par de peles maiores a secar ao sol. Era impressionante terem conseguido matar um animal tão grande com as suas armas primitivas. Talvez o tivessem encontrado morto. Os dois homens, os prováveis pais daquela prole, saíram com as suas lanças pouco depois. Será que sabiam que havia cada vez menos animais? O cataclismo também os havia dizimado. Havia alguns que já não via há mais de dez anos. Sem sabe se já teriam morto o último. Por isso é que a agricultura era a única forma subsistência. Tudo o resto estava condenado ao fracasso.
Olhou-os com ternura no olhar. Lembravam-lhe os seus filhos. De certo modo, se o seguissem, seriam seus filhos. Iriam renascer para uma vida melhor.
O calor aumentava, de modo que procurou a sombra de uma árvore. Mesmo ali, as gotículas de água formavam-se na sua testa. Sentia-se indolente. Acabou por adormecer.
O sonho levou-o à cidade. As muralhas tinham desaparecido. Eles vinham aí. Ordenou que se trancassem nas suas casas. As portas e as paredes eram massivas. Estavam assustados. Tentou confortá-los, para descobrir que nem sequer o ouviam. As crianças choravam e os adultos abraçavam-nas. Então algo começou a embater contra a porta. O barulho era ensurdecedor. Não se conseguia mexer. Tentou dar ordens, descobrindo que ficara sem voz. Ninguém procurava a sua ajuda sequer, como haviam feito nos últimos vinte e tal anos. As pancadas aumentavam de intensidade. A madeira começou a rachar, como se de simples galhos se tratasse. A porta desabou num estrondo e eles entraram.
Acordou sobressaltado. Estava banhado em suor. Apercebeu-se que tremia. Na sua cabeça sabia que era um sonho, mas parecia-lhe tão real. Tanto pelo que sabia, podia estar a ocorrer neste exacto momento.
Fraco mas determinado, levantou-se. Estava na hora de dizer à tribo aquilo que vira. Se isso não os convencesse, não saberia o que o poderia fazer.

Podem continuar a ler este conto nesta ligação.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O Guia - Parte 1

“Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?”
Lucas 6, 46

Quando o idoso chegou ao acampamento, todos se juntaram para o ouvir. Vinha descalço, coberto com uma manta grosseira. O cabelo era branco e longo, escasseando no topo. A barba tinha anos e formava emaranhados permanentes. O que eles não sabiam era que ele vagueara durante vários dias pelas florestas, só para encontrar este grupo.
Eram uns vinte, incluindo as crianças. Vestiam peles de animais e envergavam lanças primitivas. Assim que o avistaram, Amir sabia que tinha a sua atenção. Não recebiam muitas visitas. A sua excitação e nervosismo eram quase palpáveis. Era um bom sinal não se terem mostrado hostis.
— Povo da floresta – a sua voz trovejante assustou os mais novos que eram a maioria. — Ouçam o que vos digo! Estão a aproximar-se tempos de mudança e vós tereis de fazer uma escolha. — Parou para voltar a encher o peito de ar. – A escolha é simples: abandonar o vosso meio de vida primitivo e vir comigo para a civilização ou ficar e esperar que a decadência vos leve.
Como resposta, obteve apenas silêncio. Não iria ser fácil. Não era a primeira vez que interpelava os povos livres e, se tivesse forças, não seria a última. Virou costas e voltou para a floresta.
Ainda faltava um par de horas para o sol se pôr. Apesar de ter vivido numa cidade nos últimos anos, conseguia sobreviver melhor na floresta do que qualquer um dos membros desta tribo. À sua esquerda encontrou uma árvore com frutos comestíveis e foi dela que se alimentou. Olhou para as árvores, tentando escolher uma boa candidata para passar a noite. Não precisava de tenda enquanto houvesse um ramo que suportasse o seu peso. Também, na sua idade não precisava de um grande sono.
Os passos levaram-no à encosta da qual se podia ver o acampamento. Contou-os. Havia cinco adultos e catorze crianças. Teriam problemas genéticos se não se juntassem ao resto da civilização. Suspirou, deixando-se cair sobre a camada de folhas na sobra de um carvalho centenário. Ali não o podiam ver. Aliviado, deixou correr uma lágrima. E autorizou que outras a seguissem. As crianças faziam-lhe isso.
Obrigou-se a recompor-se depressa, não fosse o caso de algum dos nativos o ter seguido. Era interessante observar os seus costumes. Quase todos os grupos que encontrara eram caçadores recolectores. A ideia de agricultura ainda não tinha chegado a estes lados. Se não fosse o legado dos pais, não teria chegado à cidade. Não haveria cidade de todo.
Estão a empilhar lenha. É um bom sinal, devem conhecer o fogo, mas não o arco. Será um choque se se mudarem para a civilização, contudo o preço de ficarem é caro demais. Um dos mais velhos, usou um mecanismo que raspa madeira em madeira. Teria de ser paciente, constatou Amir. Apreciou uma das mulheres. Pele clara e cabelos negros longos e entrançados. Baixa, mas forte. Lembrou-lhe uma das suas esposas. Sentiu que lhe faltava um pedaço no peito. Fora a sua terceira mulher e perecera com uma febre. As doenças dizimavam-nos. Uma mãe que tivesse dez filhos iria morrer depois de enterrar pelo menos metade. Não havia explicação.
— Shira — murmurou, relembrando-se do nome.
O aperto no peito aumentou. Às vezes preferia não se lembrar. Desejava esquecer-se de quem era e deslizar para o nada sem dor nem arrependimento. Contudo, não o podia fazer. A Humanidade dependia dele, mais do que gostaria.
Finalmente o fogo ateou-se e as chamas ergueram-se. A caçada não havia sido numerosa. Três peças do tamanho de ratos era tudo o que iriam comer. Talvez tivessem encontrado alguma fruta, esperou. Ao início, aceitara muitas vezes a hospitalidade das tribos, até perceber que eles lhe estavam a dar aquilo que não podiam dar. A comida escasseava. A agricultura era uma questão de vida ou morte. Encenou mentalmente as palavras que lhes iria dizer amanhã. Já o fizera tantas vezes que perdera a conta, mas era sempre o mesmo desafio. Não os podia deixar ver o velho frágil que se escondia por detrás daquela voz poderosa.
Toda a tribo se reuniu em volta da fogueira. Trouxeram algumas folhas e uns frutos escuros. Um pouco melhor, mas não seria suficiente. O Inverno deve ser complicado. Estão a partilhar, uma qualidade importante.
Quis levantar-se, no entanto as pernas já não aguentavam como haviam aguentado antes. Ao mexer-se, sentiu os joelhos a estalar. Setenta e três anos era a sua conta. Vivera mais do que qualquer pessoa que conhecesse. Ainda se sentia com força para viver mais dez anos. Todavia, já vira jovens e vigorosos serem levados numa questão de horas. Malditas febres inexplicáveis. As pernas estavam dormentes e quando se tentou pôr de pé, sentiu fortes tonturas. Se calhar não comera o suficiente durante o dia. No entanto, o estômago parecia não aceitar mais nada. O sol punha-se, era altura de subir à árvore e encaixar-se o melhor que podia entre os ramos. Bastava uns metros acima do solo para a temperatura ser mais amena.
O esplendor avermelhado do pôr-do-sol foi um festim para a sua visão. A tribo ignorou-o por completo. Acontecia-lhes todos os dias. Amir não perdia um único, mesmo na cidade. Magicava se não era isso que o mantinha vivo. Depois de se encaixar entre os três ramos que o iriam suportar durante a noite, o último pensamento do dia foi aquela tribo de selvagens. Os tempos estavam a mudar e quem não mudasse com eles, iria perecer.



Podem continuar a ler este conto nesta ligação.

domingo, 29 de novembro de 2015

Chá de Domingo #58: Balanço do Nanowrimo 2015

Está na hora de irem buscar a vossa caneca, sentarem-se no vosso cadeirão favorito e desfrutarem do chá domingueiro.


Este mês aconteceu no Nanowrimo. Como é habitual, a edição de 2015 contou com milhares de escritores, que durante este mês se propuseram escrever um livro. Não interessa o género, não interessa se são famosos ou se nunca passaram da gaveta, nem tão pouco que escrevem à mão ou preferem o computador. 

Este ano, foi particularmente bem-sucedido. Rescrevi quase metade do Jarro de Porcelana e ainda lhe adicionei alguns capítulos. Em termos de contos, no universo Era Dourada, escrevi dois: O Mineiro e O Sentinela. O Mineiro está a ser publicado, por parte, no blogue Fantasy & Co. Para O Sentinela ainda não tenho um destino. No universo, Crónicas do Porto e Galiza, escrevi cinco contos e fiquei a meio de um sexto: O Campo, Memórias de Infância, Rios de Sangue, A Reabilitação e O Mais Belo Presente de Natal. O que ficou a meio tem o título provisório O Ministro. Ainda não tenho planos concretos para nenhum destes contos. É possível que faça um ebook com uma compilação de histórias deste universo para oferecer aos meus leitores no Natal.

À semelhança de 2012, consegui terminar uns dias antes do prazo. Uma das diferenças entre este e os outro anos foi a estratégia de me levantar mais cedo. Devo admitir que é bastante duro de se fazer, mas que a hora extra compensa bastante. Excepto as últimas 300 palavras, nunca escrevi no escritório. Tive bastantes alto e baixos. O dia em que escrevi menos foi o décimo, com 178 palavras, e o em que escrevi mais foi o vigésimo primeiro, com 4239 palavras. A média andou pelas 1853 palavras, portanto um pouco abaixo da meta de 2000 palavras a que me tinha proposto.

Para finalizar, os agradecimentos. Gostaria de agradecer à minha esposa pela compreensão que teve durante este mês e ao Pedro Galvão por toda a ajuda que me deu. 

E até para o ano!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Nanowrimo 2015: Dias 1 a 3 - O Início da Jornada

Para descomplicar a minha vida, decidi, assim em cima do joelho, não fazer um relatório diário das minhas peripécias no Nanowrimo. Optei antes por fazer um relatório alargado a cada três dias.


Este ano estou mais ou menos no mesmo ponto do ano passado, com cerca de 6 mil palavras de total. A diferença entre este ano e os outros é que escrevi todos os dias 2000 palavras. A variação entre os dias foi sempre menos que a dezena: 1997, 4002 e 6007.

Ainda não comecei sequer a escrever no Jarro de Porcelana. Decidi mudar à última da hora os meus planos e escrever uma boa fornada de contos antes de me dedicar ao livro. Este ano, sou obrigado a conciliar o trabalho com a escrita. No fim do terceiro dia, posso confessar que o cansaço já me começa a pesar um pouco. Já tomei nota mental para me deitar mais cedo. A estratégia tem sido levantar-me Às 6 da manhã e escrever, sem distrações ou interrupções, até às 7. Esse sprint matinal vale-me quase metade das palavras que necessito para a minha meta pessoal. Costumo terminar depois do trabalho.

Uma diferença entre este ano e os anteriores é que não tenho Internet em casa, ou seja, não tenho participado em Word Wars. Como contrapartida, não há distrações, então é como se estivesse numa Word War constante.

Até agora escrevi 3 contos. Um curtinho de ficção científica, para inaugurar mais um universo, com se já não tivesse os suficientes! Os outros dois pertencem ao universo da Era Dourada. Estou a tentar atar as pontas deste universo, ligar as coisas, para um dia publicar um livro. Escrever contos e mais fácil em termos de stress, visto que posso deixar de parte e voltar mais tarde.

Nos próximos três dias irei continuar com contos, desta vez  no universo Crónicas do Porto e Galiza. Eu tenho um plano, mas está a ser difícil de seguir pois os contos têm-se estendido para além dos limites de palavras que lhes tinha imposto. Algures, na próxima semana, terei de fazer um novo plano. E agora é hora de ir dormir, amanhã tenho de acordar cedo para continuar esta maratona!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Os Cadáveres


Sou um homem morto. Respiro, o meu coração bate e ainda raciocino. Apesar disso, sou um homem morto. Aperto a arma que trago dentro do casaco e dou uns passos em frente. Os ouvidos zumbem. Não vale a pena sequer buscar o carro. Não iria funcionar. Sinto uma dor aguda no ombro, acho que o desloquei. É a menor das minhas preocupações. Aliás, um homem morto não tem preocupações. Passo a mão pela testa e vejo-a coberta de sangue. Só há uma coisa que gostaria de fazer. Mais que gostar, que tenho de fazer. Alguém me agarra o braço e aponta para uma vitima que jaz numa poça de sangue. Sacudo-a com um safanão. Outras pessoas arrastam-se pela rua devastada. Outras pessoas não, cadáveres como eu. Talvez gritem. Parece-me que sim, não tenho como saber. O maldito zumbido continua. Vejo-os agitar os braços, enquanto correm em ziguezague à procura de ajuda. Alguns não se mexem. Estão apenas um pouco mais mortos que eu. A ajuda não virá. Estamos por nossa conta. E há um amaldiçoado vento, que sopra na pior direcção. Era polícia, enquanto estava vivo. Deveria auxiliar os feridos e impedir o caos. Não vale a pena. No passeio jaz uma mulher de meia-idade com os membros torcidos em ângulos impossíveis. Há uma criança empalada num sinal de trânsito. Vomitaria se ainda tivesse algo no estômago. Há quem olhe para o meu uniforme desfeito com um raio de esperança. Ingénuos. O que fui antes da morte não vos pode valer. Passo a passo, vou-me aproximando do meu destino. Há pequenos fogos um pouco por todo o lado. Vi roupas incendiarem-se nos corpos dos seus donos. As folhas de papel arderam também. E, claro, a pele. As piores lesões são as queimaduras que desfiguram rostos. Vidros partidos espalhados por todo o lado. Perdi por completo o uso da audição. Nunca mais vou ouvir o riso da minha esposa. Ridículo! Mesmo que os meus ouvidos funcionassem, não irei escutar mais que gritos e choro. Um corpo em convulsões com vários pedaços de vidro espetados na face. Os que tiveram uma morte instantânea foram os mais afortunados. Sinto as pernas fraquejar. Não posso parar, nem desistir. Em breve terei uma eternidade de descanso. Tanto entulho. Os edifícios ruíram. Sobrou apenas a estrutura, que se ainda se ergue como um esqueleto vazio de vida. Tal como nós. Humanos projectados contra os objectos. Objectos projectados contra humanos. Toneladas de entulho. Sem distinção. Sem piedade. Partidos em vários pedaços. Quebrados. Esmagados. Esfarelados. Foram os mais afortunados. Outros ficaram soterrados. Não consegui ouvir os gritos deles, mas consigo imaginá-los. Não posso fazer nada por eles. Ninguém pode. Eu não posso fazer nada por ninguém. Mas há uma coisa que tenho de fazer. Sinto líquido quente na boca. Cuspo sangue. Não interessa, estou morto. Vejo um par de pernas debaixo de um monte de entulho. Há uma viatura enfiada numa casa. Há um corpo esmagado entre a parede e o automóvel. Estou a chegar à minha rua. Aqui nem todas as casas ruíram. Há um grupo de pessoas que tenta ajudar outra. Ingénuos. Não sentem o vento? É tarde demais. Não interessa, somos todos cadáveres, só que alguns ainda não sabem disso. Eu sei. Há umas horas atrás, se me perguntassem se tinha medo da morte, eu afirmaria, sem hesitar, que sim. Mas isso foi antes de morrer. Agora, desejo apenas a grande escuridão. E não vai tardar. A luz. A grande luz. Não vi a grande luz. Gostaria de ter visto a grande luz. Tudo teria sido mais fácil. Mais imediato. Sem dor, nem sofrimento. Pensei nos meus dois filhos. A esta hora já deviam estar em casa. Horas. Um morto não conta horas. O tempo deixou de existir. Estes são apenas instantes com os quais fui amaldiçoado. A casa de rés-do-chão ainda está de pé. Bem, quase toda. O pátio foi esmagado e a varanda arrancada. Já não tem janelas. A madeira não está chamuscada. As forças faltam-me. Sou cada vez mais cadáver. Somos todos. Entrei pela porta escancarada. Atravesso um corredor cheio de detritos e paredes danificadas. Não preciso procurar, sei que estão na cozinha. Ao atravessar o vão da porta, vejo-os num canto. Já nada me pode surpreender. Aquela que foi o meu amor em vida olha-me e um sorriso trespassa-lhe o rosto. O meu coração contrai-se. Por favor, não tornes tudo mais difícil. Ela está sentada no chão e abraça a minha filha. As queimaduras de ambas são extensas. Há enormes áreas de carne viva na cara, nos braços e nas pernas. Há lágrimas. Vejo que sofrem. A miúda chora com gritos que só consigo imaginar. O mais novo está no chão. O peito mexe-se com dificuldade. Um pedaço de madeira alojado no ventre. Há compressas embebidas em líquido sobre a mesa. Tentativas fúteis. Claro que compreendem o que aconteceu. Quem poderia não compreender? Ela diz-me algo. E a mais pequena também. Não quero lembrar-me do nome dela. Não quero lembrar o nome de ninguém. Não respondo. Não me mexo. Mantenho a expressão de morto. Um morto que aceita aquilo que é. Eles ainda não aceitaram. Não pensei que fosse tão difícil. No entanto, é a coisa certa a fazer. Será que não compreendem? Os olhares dizem-me que não. Os lábios movem-se de novo. Não entendo, não quero entender. Não respondo. A brisa que outrora nos acariciou a pele molesta-nos a cada momento. Maldito vento. Amaldiçoada luz. Infeliz momento em que nascemos. Não vale a pena esperar mais. Meto a mão dentro do casaco e empunho a arma. Sou recebido com um olhar de surpresa e medo. Um disparo. Ela cai com a cara desfeita. A garota começa a gritar. Outro disparo. Uma mancha de sangue, ossos, massa encefálica e cabelos espalha-se pelo chão. Mais um disparo. O mais novo deixou de sofrer. Desde a grande luz não passou mais de um instante. Encosto a arma à têmpora. Sou um homem morto.



quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Feliz Natal: Compilação de Contos da Era Dourada

Aproveitando a época natalícia, decidi dar um presente aos meus leitores: a partir e hoje, o ebook Compilação de Contos da Era Dourada passou a ser grátis!



Uma guerra mundial pelos recursos energéticos mudou a face do planeta, levando a espécie humana perto da extinção. Cinco séculos, depois, a revolução industrial acontece pela segunda vez, fazendo ressurgir os mesmos desafios.

Inclui os contos:
- A Alvorada
- A Escuridão
- A Alergia
- O Monstro e a Musa
- O Fruto Proibido

Podem descarregar o ebook em: https://www.smashwords.com/books/view/356796

Podem consultar e deixar as vossas opiniões em: https://www.goodreads.com/book/show/18489978-a-era-dourada

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Críticas à Compilação de Contos da Era Dourada

No passado dia 12 de Setembro, publiquei o meu primeiro ebook, via Smashwords. As primeiras críticas já chegaram e aproveito para destacar algumas:


"Achei fantástica esta compilação de contos."

"Gostei da forma simples da escrita, simples e agradável."
- do blogue Folhas do Mundo


" (...) um enredo que nos cativa, adorei o conto O Monstro e a Musa, que tem várias surpresas e um final muito bem conseguido, (...) temos muitas questões que nos levam a reflectir."
- do blogue Leituras do Fiacha


"Nunca tinha lido nada sobre este jovem escritor, nem tinha a mínima noção do seu trabalho; posso afirmar com toda a certeza que estamos perante um autor com um enorme potencial!"
- do blogue Eu e o Bam


"O tema não é novo, mas a cada dia que passa torna-se cada vez mais pertinente e importante (...)"
- do blogue O Senhor Luvas


Leiam o resto das críticas no Goodreads.
Podem encontrar o livro na Smashwords.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Compilação de contos da Era Dourada



Uma guerra mundial pelos recursos energéticos mudou a face do planeta, levando a espécie humana perto da extinção. Cinco séculos depois, a revolução industrial acontece pela segunda vez, fazendo ressurgir os mesmos desafios.

Incluí os contos:
  • A Alvorada
  • A Escuridão
  • A Alergia
  • A Musa e o Monstro
  • O Fruto Proibido
 Podem encontrá-lo no Smashwords.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Contos da Era Dourada

Alguns dos meus leitores notaram que existem relações entre os meus diversos contos. Em certas histórias há de facto um denominador comum: passam-se no mesmo universo ficcional.

Um desses universos tem o nome de Era Dourada e conta a história de um mundo pós-apocalíptico. Vou falar um pouco de cada um dos contos que o compõe até ao momento.


A Alvorada




A Terceira Guerra Mundial está no seu clímax e o balanço entre as duas facções foi desfeito numa gigantesca batalha aérea. David faz parte da divisão blindada com ordens para capturar São Petersburgo e terminar o sangrento conflito. Aproxima-se uma nova alvorada para a humanidade.

Está disponível online tanto neste blogue como no blogue Fantasy & Co. Podem também lê-lo em formato ebook juntamente com a antologia dos universos literários. Para quem quiser opinar, fica também o link para o Goodreads.


A escuridão




Os mísseis foram lançados. A humanidade está em contagem decrescente para o Apocalipse. Um grupo de cientistas refugiam-se num abrigo subterrâneo para escapar ao horrores de um holocausto nuclear contudo, entre eles, há um assassino que os vai matando um a um.

Podem encontrar o conto tanto neste blogue como no blogue Fantasy & Co.


O Monstro e a Musa




Walter é um cientista além mar que foi capturado enquanto participava numa expedição às terras bárbaras. Cedo o líder do povo das montanhas lhe prova que está enganado, revelando que Walter faz parte dos seus planos. Num futuro distante, vários séculos depois de holocausto nuclear, a humanidade enfrenta o mesmo desafio que a levou à Terceira Guerra Mundial. Haverá uma solução para o problema energético?

Podem encontrar este conto no Goodreads. Está também disponível neste blogue e no blogue Fantasy & Co.


A Alergia




Num mundo dominado pela poluição, um grupo de extremistas procura sabotar o coração industrial da civilização através da violência e terrorismo. Qual o papel de Roberto nesta conspiração?


Podem encontrar o conto tanto neste blogue como na Nanozine 6, que foi dedicada ao Steampunk. A revista está também disponível no Goodreads.


O Fruto Proibido




Numa expedição às terras bárbaras, os cientistas da confederação encontram uma biblioteca do tempo pré-guerra, com mais de cinco séculos de existência. Entre os livros, Humberto, uma das mais brilhantes mentes da sua academia, descobre um que ensina a realizar a fusão nuclear, uma tecnologia proibida. Ressuscitar uma força tão devastadora terá vantagens maiores que os perigos?

Podem encontrar este conto tanto neste blogue como na Nanozine 7, assim como no Goodreads.