quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O duelo


Correu como um rio pelo monte ao encontro da sua amada. Filipe sentia tantas saudades que desejava voar como um falcão.

Ela era uma perfeita musa, de olhos escuros adornados por longos cabelos negros. Cara morena de expressão suave quase lhe derretia o coração com o seu sorriso. Podia até dizer-se que era de uma beleza de natureza mágica, ainda que todos se rissem dessa comparação.

Algo o esperava na vale. A figura encapuçada não parecia ser nada amigável.

Parou, a um passo de ser paralisado pelo medo que sentia. Sabia muito bem de quem se tratava. A hora tinha chegado e chegara muito mais cedo do que previra.

A espadas foram desembainhadas e as últimas preces proferidas. As armas chocaram e as faiscas saltaram. O duelo era equilibrado e equilibrados os duelistas estavam. Entre ataques, contra-ataques e defesas, recuos e avanços, o combate continuava.

Filipe sentiu o tempo abrandar à medida que passava mais tempo entre cada batida do coração. A espada vinha na direcção da sua face. Sem pensar levantou a bainha e desviou o golpe. Sem pensar, contra-atacou o oponente com um corte vertical.

O golpe encontrou carne e, tão rápido como tinha começado, o combate terminou. Era hora de voltar a casa.

Quando chegou à sua humilde cabana só esperava que ela não o fulminasse com o olhar assim que entrasse.


Este conto foi feito como desafio semanal de um grupo de escrita.

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