Vi a saber do falecimento do escritor Luís Miguel Rocha nesta ligação, uma semana depois de acontecer por ter estado doente. Dei muitas voltas à cabeça de como gostaria de fazer uma pequena homenagem a este escritor que tanto aprecio. Uma morte de cancro nunca é fácil de aceitar, ainda mais quando se dá numa pessoa que nem tinha chegado aos 40 anos e era uma das promessas do triller em português.
A ideia acabou por me chegar pelo escritor Paulo Morais, num artigo do seu blogue. Ele também batalhou recentemente um cancro e venceu-o (se tal se puder dizer). Paulo Morais enfrentou a situação com uma boa dose de humor, algum do qual bastante negro. Parece-me uma alternativa mais saudável do que o desespero. Afinal é com o humor que dizemos a brincar aquilo que não queremos dizer a sério.
Do Luís Miguel Rocha apenas li ainda o Último Papa.
Em casa tenho A Filha do Papa, no qual ainda não me atrevi a pegar, mas
que se calhar devia. No fim de contas, nunca sabemos quando se aparece
um entrave fatal nas nossa vidas. Contudo, uma única obra fez-me pegar de
novo no género triller, do qual estava divorciado há algum
tempo. Não só me fez pegar num livro desse género como eu próprio estou a
tentar escrever um, O Jarro de Porcelana. E só por isso, já valeu a pena conhecer o autor.
Lembro-me da única vez que tive a oportunidade de pedir um autografo e ouvir um pouco este escritor falar. Foi no 5º Aniversário do Blogue Morrighan. Ao falar notava-se que era uma pessoa bem humorada, por exemplo, quando confessou que se distraía tanto a escrever os seus livros que chegou a ir do Porto para Lisboa de carro e voltar de comboio. Nem só pelas coisas que dizia, mas essencialmente pela sua postura descontraída e sorridente. Apenas consegui trocar algumas palavras com ele, em que lhe confessei que gostava muito da sua escrita, em especial o sentido de humor. Portanto, o humor acaba por ser o elo de ligação.
Se ele tiver tido nos seus leitores e nas pessoas que conviviam com ele o mesmo impacto que teve comigo, nem que seja por melhorar o dia com uma dose de humor, posso dizer que ele cumpriu a sua missão. É uma pena ele ter-nos deixado tão novo, mas o melhor que podemos fazer para o homenagear é lembrarmo-nos dos momentos em que ele nos fez sorrir. Tenho a certeza que é o que ele gostaria que fizéssemos!
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