segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Ebooks: O Negócio da Dona Augusta

Um conto com uma permissa muito interessante!



Autora: Inês Montenegro
Sinopse: Enquanto a viúva amargava no seu desgosto, a menina aproximou-se. Em trajes cinzentos e face pesarosa, ninguém a considerou como exterior aos amigos e familiares que tinham vindo distribuir condolências ao morto, prestes a ser encarcerado na terra sagrada do cemitério. Um dos presentes chegou a pousar-lhe uma mão reconfortante sobre o ombro. “Não fiques triste” dissera. “Está num mundo melhor.” Maria olhara-o, o rostinho sério e impecável, até o desconforto tomar o bom samaritano e o levar a largá-la.


Construído numa premissa interessante, acaba por lhe faltar algo. Creio que as personagens foram muito pouco exploradas, ao ponto de não ficar nada para além de uma leve impressão de Maria. A trama revela o seu ponto fundamental cedo de mais, fazendo com que o resto seja apenas um arrastar.No entanto, apesar de tudo, acaba por ser uma história agradável para gastar uns minutos.
Recomendo a quem gostar de uma história sobre almas!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 27 de setembro de 2015

Chá de Domingo #53: Não-Ficção

Geralmente falo de ficção, no entanto, hoje decidi falar da sua irmã literária.


O que é preciso para uma obra de não ficção merecer a atenção de um editor? Para mim o cerne da questão prende-se em cinco pontos: clareza, foco, continuidade, ortografia/sintaxe e fontes:

Clareza
A linguagem usada deve ser inequívoca e não dar lugar a múltiplas interpretações (de certa que há raras excepções para esta regra). O título não deve induzir os leitores em erro. Evitar floreados excessivos e o despejar de dicionários no texto. A obra deve saciar o leitor em termos da informação que procura e não deixá-lo ainda mais confuso (claro que há algumas excepções para esta regra).

Foco
Este tipo de livros tem uma maior tendência em dispersar, por isso, deve-se focar apenas no tópico de interesse. Se o livro é sobre economia, então não se deve perder tempo a falar de biologia. Se houver mais que um foco, é importante que haja uma equilíbrio entre os dois.

Continuidade
Deve-se evitar "esconder" informação relevante ao leitor. A estrutura deve ser tal que as informações se encadeiem duma forma lógica. Os capítulos devem poder ser lidos sem auxílio dos que lhe precedem. Não é necessário explicar tudo, mas deve-se evitar saltos lógicos que a maioria dos leitores não possa acompanhar.

Ortografia/Sintaxe
As regras de ortografia e sintaxe são para respeitar. Por muito artístico que queiram que o texto pareça, há que respeitar as regras. Evitar as frases demasiado longas para não confundir os leitores.

Fontes
Ao contrário da ficção, em que o autor pode intentar o que quiser, na não-ficção as referências e citações podem ser necessárias. É de evitar deixa de citar todas as informações mais importantes. Por outro lado, deve-se evitar citar tudo aquilo que é cultura geral e conhecido pela maioria das pessoas.


Esta é a minha opinião como editor. E vossa, qual é?

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

O Jardim do Éden - Parte 1

"Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden;
e pôs ali o homem que tinha formado."
Génesis 2, 8


Cada visita à despensa relembrava Bea do problema. A divisão podia ser imensa, mas a maioria das gavetas em forma de prateleira que puxava da parede só continham pó. A garota sabia que o dia em que acabaria a comida estava a chegar. Com receio no olhar, pegou na última lata de conserva e voltou para a cozinha.
As luzes acendiam-se e apagavam-se à sua passagem. De tempos a tempos, Amir, o irmão, percorria o abrigo subterrâneo trocando as lâmpadas estragadas e afinando os velhos sensores como o pai lhe havia ensinado. Aquele sítio era mais velho que qualquer um deles. Segundo o computador central, quase sessenta e cinco anos haviam passado desde que estavam ali. O conceito de anos era estranho para ela. Cada ano eram 365 dias, outro conceito estranho. Cada vez que as luzes se apagavam e voltavam a acender passava um dia. Nunca compreendera o porquê. Os pais prometeram responder a todas questões quando fossem mais velhos, contudo, morreram sem o fazer.
― Só isso? ― perguntou Amir, que tinha uma tez um pouco mais morena que a irmã.
― É a última ― declarou ela, contendo as lágrimas.
Amir abriu-a, era atum. Bea torceu o nariz. O irmão partilhou o conteúdo acompanhando com pão que haviam feito. Ela forçou-se a engolir tudo até à última migalha.
Existiam galerias sem fim. Algumas partes estavam destruídas e outras permanentemente seladas. O computador decidia onde eles podiam ou não ir. O que acontecera nos últimos sessenta e quatro anos antes não era claro. Nem o computador central lhes dava respostas. A única coisa certa é que não havia maneira de sair.
― Bea, tenho fome ― queixou-se ele.
Ela suspirou. Apesar de ser quatro anos mais nova, parecia que tinha passado a ser a mãe dele.
― Não podemos comer mais, há que racionar ― impôs, cruzando os braços como vira a mãe fazer.
Amir calou-se e desviou o olhar. Bea sabia que tinha razão. Desde que tinham notado, há alguns meses atrás, que a comida estava a escassear, tinham decidido reduzir a quantidade diária. Os pais tinham-nos avisado que isso ia acontecer na derradeira carta. Também tinham dito que os seus corpos começariam a mudar em breve pelo que deveriam dormir separados e, sobretudo, evitar o contacto físico. Bea sabia que isso já tinha começado, não fossem pêlos terem começado a crescer em sítios estranhos e o peito aumentar de volume. Era tudo inexplicável, até o cheiro. O pior de tudo fora o sangue que aparecera há um par de meses. Não fosse a mãe uma vez ter-lhe explicado que isso iria acontecer, Bea pensaria que estava para morrer. O instinto, na forma da mãe, dizia-lhe que não devia partilhar essas coisas.
Lembrou-se do dia em que encontrara os corpos. Pareciam ter morrido em pleno sono. Eles já lhes tinham explicado o que era a morte, apesar de nunca terem presenciado nenhuma. Estavam tão calmos que pareciam quase felizes. Tentou abaná-los e até espetou as unhas no braço do pai. Já estavam frios. Deixou-se cair, com a cabeça apoiada na cama. As lágrimas e a confusão dominaram-na, até o irmão surgir atrás de si.
― Anda, eles estão mortos ― disse-lhe num fio de voz.
Nesse dia colocaram os corpos na fornalha onde deitavam todo o lixo, tal como lhes haviam pedido na folha de papel que ficara sobre a mesa. As outras coisas que estavam escritas nesse papel não faziam sentido de todo. Disseram que eles seriam herdeiros de algo que não tem valor e que veriam coisas que nunca haviam visto nas suas vidas. Lera a carta inúmeras vezes, mas acabara por a queimar num momento de fúria.
Não era só a comida que estava a escassear. Eram também os livros e as distracções em geral. Não havia muito mais que pudessem fazer que já não tivessem feito. A biblioteca principal estava selada e o computador não autorizava a sua abertura. Ficar o dia todo deitada era demasiado aborrecido.
Os passos erráticos acabaram por levá-la à sala principal, coberta de monitores que mostrava o estado de cada um dos sistemas. Uma olhada pelos ecrãs confirmou que estava tudo bem. O facto de os valores estarem próximos dos mínimos em quase todas as vertentes não a preocupava. Sempre fora assim durante a sua vida.
De súbito, apeteceu-lhe atirar o monitor mais próximo ao chão. Despedaçar cada uma daquelas maquinetas. Odiava que lhe controlassem a vida. Odiava ainda mais que os pais não lhe tivessem deixado a palavra passe. Com ela poderiam abrir qualquer porta e até mesmo alterar as definições do computador. Não compreendia porque os pais haviam feito aquilo. Quanto mais pensava no assunto, mais lhe parecia que eles se tinham matado de propósito. Haviam-nos deixado sozinhos.
Sentiu uma mão no seu ombro. Um arrepio subiu-lhe pela espinha.
― Amir! – protestou, virando-se.
― O que se passa? ― inquiriu, parecendo confuso.
― Os pais foram bem claros que não devíamos tocar-nos ― censurou.
Desde há um ano para cá, o toque dele dava-lhe sensações estranhas. Conseguia compreender que estava a ficar mais parecida com a mãe e ele com o pai. E se os pais se podiam tocar e estar sempre juntos, por que não poderiam eles?
― Dá-me um abraço, Bea ― insistiu.
Ao olhar para o irmão, viu apenas uma criança assustada. Não podia. Era errado. Saiu da sala a correr com lágrimas nos olhos. Percorreu os corredores sem olhar para trás e quando chegou ao quarto, meteu o dedo no leitor. A porta abriu-se e ela esgueirou-se para o interior. Ao meter o dedo no leitor interior, deu ordem para que a porta fosse trancada.
Atirou-se para cima da cama e deixou que as lágrimas fluíssem. Irritava-a mais que tudo nunca lhe terem dado qualquer explicação para as regras. Porque não haveriam de as poder quebrar? Não haveria castigo. Como poderia haver castigo se só estavam ali eles os dois? Pelas histórias que lera, sabia que havia mais pessoas, mas nenhuma delas alguma vez viera ali. A sensação estranha persistia nela. Como um calor indescritível.
O sinal de alarme soou nesse momento. Levantou-se da cama e limpou as lágrimas. Na sua vida só se lembrava de isso acontecer duas vezes: quando deflagrara um fogo e quando o gerador principal deixara de funcionar. Tinha de ser algo sério. Apressou-se na direcção da sala principal e, quando lá chegou, viu que em todos os monitores estava uma contagem decrescente. Dentro de uma hora algo aconteceria.



Podem ler a segunda parte do conto aqui.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Ebooks: Fragmento

Este é o terceiro conto desta talentosa promessa nacional a que faço uma crítica.


Autora: Inês Montenegro
Sinopse: Raquel observava a mulher no espelho. Movia-se quando ela se movia, imitava-a, mimicava-a… Mas não era Raquel. Raquel era Raquel e aquela mulher não era ela, era outra.


Este conto é mais do que à primeira vista parece. Uma mistura entre realidade e fantasia, temos o de tornar uma metáfora real como tema do conto. Há uma repetição de palavras que são usadas como efeito sonoro e estético, embora não tenha a certeza se esta foi a melhor forma de o fazer. Não gostei dos diálogos à inglesa. A linguagem usada é extremamente acessível sem se tornar simplista. É um daqueles contos que nos dá vontade de ler várias vezes.
Recomendo vivamente a todos os adolescentes e até mesmo aos mais crescidos!

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Livros: Mockingjay

O encerrar de uma das mais conhecidas trilogias distópicas!


Autora: Suzanne Collins
Sinopse: Katniss Everdeen has survived the Hunger Games twice. But she's still not safe. A revolution is unfolding, and everyone, it seems, has had a hand in the carefully laid plans - everyone except Katniss. And yet she must play the most vital part in the final battle. Katniss must become their Mockingjay - the symbol of rebellion - no matter what the personal cost.


Infelizmente, este livro ficou muito aquém dos anteriores. As personagens ficaram menos profundas e perderam todo o seu carisma. Em especial a protagonista, que passou de corajosa e queixinhas. Esse foi o ponto menos positivo. A trama entretém, se bem que não prende tanto como nos outros dois livros. Acho que foi dado ênfase a certas parque que não o mereciam. O final foi bem conseguido e acaba por ser o ponto mais forte do livro. O universo ficcional continua sólido e cresce bastante com este livro. O livro vale a pena, mas um leitor mais exigente poderá ficar desapontado.
Recomendo a quem adorar o género!

Classificação: 4 estrelas

domingo, 20 de setembro de 2015

Chá de Domingo #52: Arquétipos

Hoje vamos falar do arquétipos mais comuns da ficção. Este artigo deve ser lido em conjunto com a Jornada do herói.


O que são arquétipos?
É um modelo ou primeira imagem de algo. Neste caso é uma espécie de esqueleto que é usado para definir certas personagens na narrativa.

Mais uma vez, para cada um dos arquétipos, vou dar exemplos retirados de duas obras bastante conhecidas: Star Wars e Matrix. Os exemplos foram retirados daqui.

Os dois mundos
O herói move-se entre dois mundos, o seu original e o especial, onde tudo pode acontecer.
Matrix: Planeta e Estrela da Morte
Star Wars: Realidade e Matrix

O Mentor
O mentor é a personagem que guia o herói no seu primeiro contacto com o mundo extraordinário. Apesar de ser visto pelo protagonista como um ser quase impossível de igualar, a personagem acabará por ultrapassá-lo.
Matrix: Morpheus
Star Wars: Obi-Wan Kenobi

O Oráculo
Tem a função de dar informações ao protagonista sobre a sua missão.
Matrix: Oráculo
Star Wars: Yoda

A Profecia
Uma previsão daquilo que irá acontecer, que acaba por implicar que o destino do herói já está traçado.
Matrix: Morpheus irá encontra o escolhido.
Star Wars: Luke irá derrubar o Imperador.

Herói Falhado
Todos acreditavam que esse seria o herói até que o verdadeiro herói aparece.
Matrix: Cypher
Star Wars: Biggs

Estes são os arquétipos mais usados na ficção. Contudo, aconselho uma certa dose de bom senso na sua aplicação, para não se criar histórias muito semelhantes às que já foram escritas anteriormente.

Que outros arquétipos literários conhecem?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ebooks: Assombração

Alguns jovens e uma casa assombrada! Um mimo para quem gosta do género.


Autora: Leonor Ferrão
Sinopse: Um grupo de amigos cumpre a sua habitual tradição de Halloween. Mas este ano, nada será igual.



A trama avança a um bom ritmo, apesar de previsível, mantém o leitor interessado até ao fim. Sobre as personagens não se sabe muito, e por isso é difícil sentir-mos alguma empatia pela protagonista. O narrador conta mais do que mostra, o que acaba por ser o maior entrave da história. Gostei do detalhe da assombração, que foi bem conseguido. É um conto que entretém bastante.
Recomendo a todos os amantes do género!

Classificação: 3 estrelas

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Ebooks: Pele de Escrava

A autora mostrou uma escrita e uma trama muito mais madura do que estava à espera.


Autora: Carina Portugal
Sinopse: Como escrava, Allyra só conheceu a dor, a humilhação e o medo às mãos do seu dono. Contudo um sussurro ao ouvido pode ser o catalisador da mudança e da coragem, um sussurro que dá voz a 12 almas incapazes de se libertar.


É impossível não ter simpatia pela personagem principal, o seu desespero e dor passam com facilidade para o leitor. As cenas são tratadas com alguma crueza, que acaba por ser uma chapada para o leitor. O único ponto menos bom e faltar uma certa contextualização do universo da história. A trama não é totalmente imprevisível, mas não deixa de nos dar pequenas surpresas ao virar de cada página. A leitura é fácil e muito agradável. Tem momentos memoráveis que são a cereja sobre o bolo desta obra.
Recomendo a quem queria conhecer uma vertente menos explorada desta autora!

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ebooks: A Herança do Escritor

Nunca tinha nada deste escritor e, por isso, este conto foi uma total surpresa.



Autor: Hugo Cântara
Sinopse: Quando o fim se aproxima, reflectimos na herança que deixamos. O que deixamos àqueles que nos são queridos? Podemos imortalizar aqueles que amamos? A herança mais valiosa de um escritor é a possibilidade de nos transportar para o seu mundo.


Este conto foi uma agradável surpresa. Apesar de um início lento e com demasiada informação atirada ao acaso, a trama vai ganhando ritmo até ao final que compensou essas faltas. As personagens são descritas em termos muito gerais, de modo que não fica muito sobre elas. O mesmo se pode dizer sobre os cenários. A situação final é extremamente memorável e salva completamente o conto.
Recomendo a quem quiser conhecer uma jovem promessa portuguesa na área da literatura fantástica!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 13 de setembro de 2015

Chá de Domingo #51: A Checklist do Editor

De certo que alguns dos escritores que seguem este blogue se questionam do que os editores procuram numa história. Por isso, eu decidi escrever este artigo que deriva da minha experiência como editor na Editorial Divergência.


Personagens
As personagens são unidimensionais ou tem profundidade? Parecem ser reais ou tomam atitudes totalmente descabidas? As personagens tem uma função bem definida ou parecem cair do céu? Há evolução ou a história deixa as personagens tal como as encontrou? como são as relações entre as personagens?

Estilo
As regras de estilo são respeitadas ou há inovações? As inovações prejudicam a leitura ou servem um propósito?

Enredo
A trama é previsível ou vai providenciando surpresas ao leitor? Há buracos na história ou desenvolvimentos inexplicados? Há saltos narrativos? A trama concentra-se na história ou dispersa-se em tramas secundárias? A história cativa desde a primeira linha ou arrasta-se sem desenvolvimentos relevantes? Como é o ritmo da história?

Originalidade
A trama e personagens nascem de lugares comuns ou são fora de série? O tema da obra já foi muito explorado? As vertentes abordadas são originais? Há mistura de géneros pouco usada?

Legibilidade
Há erros ortográficos e sintáxicos? As frases são compreensíveis e se a leitura é fácil? Frases demasiado longas ou demasiado curtas, que prejudicam o ritmo de leitura? É usado um vocabulário demasiado rebuscado? A adjectivação é excessiva e desnecessária?

Na minha opinião, estes são os pontos fundamentais. Que outros adicionariam à lista?

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Ebooks: O Pacto

Um conto que é uma mistura géneros interessante.



Autor: Vítor Frazão
Sinopse: Tudo tem um preço. Todas as almas uma hora. Como reagirá Clóvis quando vierem pela sua?


O início do conto faz antever um certo desfecho, que acaba por não acontecer como estávamos à espera. O autor soube misturar o género de terror e comédia de uma forma muito competente e sem quebras. O nome da personagem dá vontade de rir e sobre ela sabemos aquilo que temos que saber. A escrita é agradável e fácil de ler.
Recomendo a quem procure um conto para passar uns minutos agradáveis.

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Ebooks: O Farol

O conto de introdução/complemento ao universo "A Vingança do Lobo".


Autor: Vitor Frazão
Sinopse: Um naufrágio trará nova vida às Ilhas Flannan ou apenas mais um cadáver para o indomável Atlântico Norte? A resposta cabe a Alan, perante o olhar atento de duas estranhas criaturas…


Ao ler este conto, ficamos com a sensação que é parte de algo maior. As duas personagens principais são caracterizadas de um modo muito superficial, de modo que muito pouco fica que seja memorável. A trama está bem conseguida, prende o leitor, mas, no fim, acaba por desapontar por deixar o final em aberto. A escrita é competente e não deixa nada a desejar em termos de forma. Talvez o autor devesse considerar juntar os outros contos que tem no mesmo universo e publicar um ebook, assim poderia ligar as várias histórias.
Recomendo apenas a quem já esteja por dentro do universo "A Vingança do Lobo".

Classificação: 2 estrelas

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Livros: Catching Fire

O segundo livro da saga não me deixou em nada desapontado.



Autora: Suzanne Collins
Sinopse: Against all odds, Katniss Everdeen and Peeta Mellark are still alive. Katniss should be relieved, but now there are whispers of a rebellion against the Capitol - a rebellion that Katniss and Peeta may have helped create. As the nation watches Katniss and Peeta, the stakes are higher than ever. One false move and the consequences will be unimaginable.


O segundo volume retoma a história logo após o final do primeiro volume. Contudo, as mudanças que estão a acontecer não tardam a notar-se. O universo criado continua sólido e a mostrar-se ao leitor sem reservas. A personagem principal parece ficar um pouco menos forte do que no livro anterior. Em compensação, as outras personagens aparentam estar melhor desenvolvidas. A trama está bem conseguida, com bastantes reviravoltas. O clímax é inesperado e deixa o leitor em expectativa em relação ao último livro. É de leitura acessível e fácil e deixa o leitor colado às páginas. Em suma, creio que este livro está ao nível do anterior.
Recomendo a todos os fãs de ficção distópica ou para jovens adultos!

Classificação: 5 estrelas


domingo, 6 de setembro de 2015

Chá de Domingo #50: Retrospectiva - Parte 1

O primeiro artigo saiu a 18 de Agosto de 2013, pouco mais de dois anos depois, sai o artigo 49, a 30 de Agosto de 2015. Este é a edição número 50 da rubrica Chá De Domingo. Como tal, decidi fazer uma retrospectiva dos primeiros 25 chás.

O primeiro artigo teve logo uma boa recepção. O facto de ser um tópico controverso ajudou um pouco.
Porque um bom antagonista ajuda tanto à história como um bom protagonista.

Há tantas por aí! E o George RR MArtin ainda não publicou o sexto volume, já estava à espera desde que escrevi este artigo!

Pilhas de livros por ler, todo o viciado em leitura as têm! Acreditem ou não, dos livros que estão na foto só li um deles. Creio que a pilha está diminuir, ou será eu apenas a desejar?

É o que mais faço, por exemplo com este artigo que sai com um "ligeiro" atraso.

é uma coisa que ainda me irrita solenemente. Felizmente, não tenho apanhado muitos livros assim ultimamente.
Isto é, o pão-nosso de cada dia de todos os escritores.

A praga das prateleiras de qualquer livraria que se preze.

Um artigo que ainda se mantêm bastante actualizado.

Um pouco mais do mesmo, confesso.

Porque os livros não se escrevem sozinhos.

O dito senhor conseguiu ser publicado pela Marcador e conseguiu ser um sucesso moderado de vendas. Espero que o livro seja melhor do que aquele que li...

Um artigo que continua bem actual. Referência para todos os que estão a pensar iniciar-se neste ramo.

Outro artigo que ainda é bastante actual.

Um breve ensaio sobre o que se entende por um bom escritor.

Infelizmente, este tipo de esquema continua a ser usado.

Todos os viciados em leitura tem o mesmo problema: estantes cheias e nãio encontramos nada que nos apeteça ler.

Este foi um pequeno desabafo como editor.

Por alguma razão, não escrevi a rubrica #19.

Um pequeno balanço do meu ano literário. Bom para recordar os sucessos...

21 - O retomar desta rublica
Depois de quase um ano sem escrever esta rubrica, decidi voltar.

Ainda continuo a achar que esta medida foi muito negativa.

Aqui mostro alguns ebooks gratuitos de autores portugueses.

Aqui falo deles, mas não faço um! 

O mistério da rubrica #19 está resolvido!

Um bocadinho de auto-promoção não faz mal a ninguém!

E aqui termino a primeira parte desta retrospectiva. Quando comecei, contava fazer as primeiras 50 publicações de uma vez mas, devido ao tamanho do artigo, decidi dividir em dois. A próxima parte fica para breve.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Ebooks: A Menina Que Não Digeria Livros

Mais um conto que faz uma crítica a certos costumes!


Autor: Carlos Silva
Sinopse: Esta é a história de uma menina que não digeria livros.



Simples e directo. O início foi excelente. Apesar de não ter muita história em si, este conto está escrito de uma forma competente. Há uma forte crítica presente nas entrelinhas, criando uma sátira muito interessante. Não diria que é o melhor conto do autor, mas certamente é dos melhores.
Recomendo a quem se interessar pelo trabalho do autor ou esteja interessado em ler uma crítica certeira ao mundo literário!

Classificação: 4 estrelas

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Ebooks: Avaria Fantasma

Uma crítica, que apesar de ficcional, é bem real e actual.


Autor: Carlos Silva
Sinopse: Um robot volta à vida encalhado num banco de areia no Tejo. Todas as referências que pudesse usar para pedir ajuda foram apagadas. Está só, longe de casa, sem ordens para cumprir. Conseguirá voltar a tempo de não darem pela sua falta?


Este é um daqueles contos que ficam na memória. A personagem principal é no mínimo invulgar, mas não podemos deixar de sentir uma enorme empatia por ela. O universo está bem explicado, não se alongando com detalhes acessórios. A trama é um pouco previsível, sem prejudicar muito a história. A escrita é fluída e acessível.
Recomendo, é um conto para ser lido por todas idades.

Classificação: 4 estrelas