Podem encontrar a primeira parte aqui e a segunda aqui.
Se nas duas primeiras partes falamos do que correu bem no filme em termos de física, na terceira temos de abordar o que, na minha opinião, esteve menos bem.
Costuma-se dizer que o diabo está nos detalhes. Alguns desses detalhes foram muito bem pensados e executados. Por exemplo no início do filme, quando o vaivém levanta voo, vê-se o foguete a rodar lentamente, um detalhe muito bem adicionado e 100% correcto. Outro detalhe bem feito é a gravidade da Endeavor feita por centrifugação.
Então o que é que correu menos bem?
Ondas no Planeta da Àgua
Para haver ondas daquele tamanho seria necessário que houvesse um vento extremamente violento, o qual não aparece no filme. A alternativa a isso era que não fossem ondas mas sim marés, o que me parece ser mais plausível. Mesmo assim, as ondas não teria esse formato, precisaria de ter quilómetros de espessura e durar tanto como a fase menos inundada. Para além disso teriam de ser mais graduais.
Onde para a estrela?
De notar que a única fonte de luz dos três planetas extra-solares é o disco de acreção de um buraco negro. Não há mais nenhuma estrela por ali. Não me parece uma boa escolha para futura casa da humanidade.
Esparguetização no Buraco Negro
Quando um objecto se aproxima do horizonte de eventos de um buraco negro, sente uma enorme diferença de gravidade entre o seu topo e o fundo. O horizonte de eventos é o ponto a partir do qual nem a luz consegue escapar do buraco negro. Essa diferença causa o efeito de esparguetização, ou seja, a diferença é tanta que a parte de baixo seria puxada com maior força do que a de cima, tornando o objecto num "esparguete". Tal não aconteceu no filme.
No site Astropt há mais erros encontrados, podem consultar aqui. Eu limitei-me a apontar os que descobri por mim mesmo na visualização do filme.
Espero que tenham gostado desta curta viagem à física do Interstellar.
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