domingo, 12 de junho de 2016

Chá de Domingo #83: O Que é o Cyberpunk? - Parte 1/3

A definição de cyberpunk não é fácil. Cyberpunk é simultaneamente um género e uma cultura. Resumindo-se a alta tecnologia, baixa vida (high tech, low life).

Uma cidade à noite, alta-tecnologia, um detective durão e uma mulher fatal

Cyberpunk é um sub-género da ficção científica, que se caracteriza por uma alta tecnologia e ciência num ambiente urbano, futurista e distópico. De um lado há as mega corporações e as empresas de segurança privadas e do outro o submundo do mercado negro, gangues, drogas e vícios. Entre as duas há política, corrupção e desordem social.

É também uma cultura com atitude e estilo próprios: anti-autoritária, contra as marcas e apaixonada por tecnologia.

A Origem

Começou por ser um movimento literário, mas acabou por se tornar numa subcultura. O que é o Cyberpunk? é uma questão complexa e com múltiplas camadas, cuja resposta vai mudando com a nossa percepção do futuro. Apesar de ter começado nas palavras, os tentáculos do cyberpunk já se infiltraram em várias formas de arte, na moda e filosofia, tornando-se numa subcultura sólida.

Existem várias maneiras de analisar a génese do cyberpunk. O termo teve origem na história com o mesmo nome de Bruce Bethe, em 1980. De seguida, surgiram vários pioneiros que delinearam as bases do género William Gibson (considerado o pai do cyberpunk), Bruce Sterling, Pat Cadigan, Rudy Rucker, John Shirley e Lewis Shiner. Para além disso, houve várias obras percursoras do género pelas temáticas e pela estética: The Demolished Man em 1953 e The Stars My Destination em 1956, ambos por Alfred Bester; Do Androids Dream of Electric Sheep? em 1968 escrito por Philip K. Dick; Dr. Adder em 1984 (embora tenha sido escrito em 1972) por K. W. Jeter; Gravity's Rainbow em 1974 por Thomas Pynchon; The Shockwave Raider em 1975 por John Brunner e. True Names em 1981 por Vernor Vinge. Mais recentemente, o autor Neal Stephenson com o seu livro Snow Crash em 1992, inaugurou a era pós-cyberpunk.


Blade Runer and Neuromancer foram os criadores do movimento. Blade Runner é o paradigma visual de todo o cyberpunk, do mesmo modo que o Neuromancer influencia toda a literatura. Cyberpunk nunca foi apenas um género literário.

“Tinha medo de ir ver o Blade Runer ao cinema porque receava que o filme fosse melhor do que eu próprio consegui imaginar. De certo modo estava correcto, porque até os primeiros minutos eram melhores.
- Philip K. Dick

“Encontrei-me com Ridley Scott alguns anos mais tarde, talvez uma década ou mais depois da estreia de Blade Runer. Disse-lhe as ideias base do Neuromancer, e o Blade Runner tinha basicamente a mesma lista de ingredientes.

Podem ler a segunda parte deste artigo aqui.

Artigo traduzido a partir daqui.

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