Aleksandr esperava que pelo menos Estaline tivesse considerado o seu plano. Não dera muito pormenores, nem podia ser de outra forma. Quanto menos pessoas soubessem o que ele tinha em mente, maior a probabilidade de resultar. Essa escolha tinha um risco, pois o Sexto Exército Alemão podia tentar romper o cerco pelo lado de dentro. Se um corredor fosse aberto, eles poderiam receber munições e comida sem limitações. Nesse caso, Estaline estava certo em não querer mudar o Segundo Exército de Guardas, e ele seria executado por incompetência. Aleksandr contava com um Sexto Exército Alemão demasiado fraco para o fazer.
Estaline telefonou-lhe várias vezes durante a noite, para pedir esclarecimentos. A pouco e pouco, Aleksandr conseguiu explicar-lhe claramente o seu plano e quais as vantagens. Felizmente, parecia que em Moscovo estavam a considerar o seu plano. Pela manhã, Estaline telefonou-lhe novamente, autorizando a transferência do Segundo Exército de Guardas.
Aleksandr não perdeu tempo. Mandou chamar Nikita e todos os membros da equipa. A maioria não demorou muito. Nikita foi o último a aparecer.
Assim que todos estavam presentes, fechou a porta e em poucas palavras explicou-lhes o seu plano.
― Eu não concordo com o plano. É demasiado arriscado! ― opôs-se Nikita com um ar grave.
Os restantes mantiveram-se calados, observando com atenção.
― Não nego que seja arriscado, mas é o melhor que podemos fazer dadas as circunstâncias. ― respondeu-lhe Aleksandr, arrependendo-se imediatamente da escolha de palavras infeliz.
― Podemos simplesmente não fazer nada, que de momento parece o mais seguro. ― constatou Nikita.
― E se os alemães conseguirem romper o cerco? ― atiçou Aleksandr.
― Não estou a ver isso acontecer. Antes de vir para aqui consegui informar-me. O General Yeremenko colocou dois exércitos muito competentes a barrar o caminho dos alemães. ― ripostou Nikita.
― E se o Sexto Exército Alemão decidir ajudar a romper o cerco? Os exércitos de Yeremenko serão apanhados pelas costas e poder-se-ão ver cercados. ― clarificou, tentando mostrar o seu ponto de vista.
― Isso só prova que eu tenho razão. Tirar o Segundo Exército de Guardas é uma má decisão. Devemos acabar com os alemães que estão cercados o mais rápido que for possível, é a única maneira de evitar que sejam resgatados. ― insistiu Nikita, pressentindo que ganhara o argumento.
Aleksandr ficou em silêncio. Não podia desistir agora, senão o seu plano não seria executado. Não podia também fazer de Nikita um inimigo, por isso a única hipótese que tinha era convencê-lo agora.
― Têm de concordar que o que proponho irá destruir vários exércitos dos aliados alemães.
― Concordo, mas de momento isso não nos serve de nada. Podemos destruí-los mais tarde, os alemães é que são o perigo real, e é neles que nos devemos concentrar. ― refutou Nikita, apontando para o mapa.
― Mas se for feito rapidamente irá ameaçar os flancos dos alemães. ― teimou Aleksandr, desenhando com a mão as possíveis trajectórias ofensivas.
― Eu acho que é longe demais para surtir algum efeito. ― rebateu Nikita, apontando as duas localizações no mapa.
― É essa a ideia! Quanto mais longe, maior a probabilidade dos alemães não conseguirem reagir.
― É um plano demasiado ambicioso, não irá resultar!
Aleksandr não conseguia acreditar. Nikita estava sem argumentos; se jogasse o seu trunfo naquele momento, poderia convencê-lo.
― Se atacarmos aí, para além do movimento de pinça em direcção à contra-ofensiva alemã, iremos capturar as pistas de descolagem alemãs responsáveis pelo abastecimento das tropas cercadas.
― Isso era bom. Mas quais as garantias de que iremos conseguir executar esse plano sem que os alemães reajam? Quero dizer, não passaram muitas semanas desde que utilizamos exactamente a mesma estratégia, de certeza que eles desta vez estão preparados. ― comentou Nikita com cepticismo.
― Os alemães concentraram todas as forças na contra-ofensiva e não têm muito mais reservas nesta frente. Agora é o momento, quando eles têm todas as forças empenhadas nesse local. Assim sabemos onde é que eles estão, e sabemos onde é que não podem ir.― avançou Aleksandr.
― Mas dificilmente isto irá cercar os exércitos alemães envolvidos na ofensiva. Mesmo se bem executado, os alemães terão mais que tempo para recuar.
― Exacto. Nós queremos exactamente isso mesmo. Obrigá-los a cancelar a ofensiva. Nada melhor do que ameaçar cercá-los, como eu tenho vindo a defender. ― concluiu Aleksandr.
― Em traços gerais, tu propões que se bloqueie a ofensiva alemã e se lance outra ofensiva para os obrigar a desistir dessa? ― resumiu Nikita com um ar sério.
― É o melhor curso de acção. Se for executado rapidamente, têm boas chances de sucesso. ― confirmou Aleksandr.
― Convenceste-me, eu concordo com o teu plano. O que é que Estaline disse acerca disto?
Aleksandr sorriu, podia ter começado a reunião por anunciar isso. Todo aquele exercício só servira para ter a certeza que o seu plano não tinha falhas.
― Estaline concordou com o plano. O Segundo Exército de Guardas deve chegar dentro de alguns dias.
Estaline telefonou-lhe várias vezes durante a noite, para pedir esclarecimentos. A pouco e pouco, Aleksandr conseguiu explicar-lhe claramente o seu plano e quais as vantagens. Felizmente, parecia que em Moscovo estavam a considerar o seu plano. Pela manhã, Estaline telefonou-lhe novamente, autorizando a transferência do Segundo Exército de Guardas.
Aleksandr não perdeu tempo. Mandou chamar Nikita e todos os membros da equipa. A maioria não demorou muito. Nikita foi o último a aparecer.
Assim que todos estavam presentes, fechou a porta e em poucas palavras explicou-lhes o seu plano.
― Eu não concordo com o plano. É demasiado arriscado! ― opôs-se Nikita com um ar grave.
Os restantes mantiveram-se calados, observando com atenção.
― Não nego que seja arriscado, mas é o melhor que podemos fazer dadas as circunstâncias. ― respondeu-lhe Aleksandr, arrependendo-se imediatamente da escolha de palavras infeliz.
― Podemos simplesmente não fazer nada, que de momento parece o mais seguro. ― constatou Nikita.
― E se os alemães conseguirem romper o cerco? ― atiçou Aleksandr.
― Não estou a ver isso acontecer. Antes de vir para aqui consegui informar-me. O General Yeremenko colocou dois exércitos muito competentes a barrar o caminho dos alemães. ― ripostou Nikita.
― E se o Sexto Exército Alemão decidir ajudar a romper o cerco? Os exércitos de Yeremenko serão apanhados pelas costas e poder-se-ão ver cercados. ― clarificou, tentando mostrar o seu ponto de vista.
― Isso só prova que eu tenho razão. Tirar o Segundo Exército de Guardas é uma má decisão. Devemos acabar com os alemães que estão cercados o mais rápido que for possível, é a única maneira de evitar que sejam resgatados. ― insistiu Nikita, pressentindo que ganhara o argumento.
Aleksandr ficou em silêncio. Não podia desistir agora, senão o seu plano não seria executado. Não podia também fazer de Nikita um inimigo, por isso a única hipótese que tinha era convencê-lo agora.
― Têm de concordar que o que proponho irá destruir vários exércitos dos aliados alemães.
― Concordo, mas de momento isso não nos serve de nada. Podemos destruí-los mais tarde, os alemães é que são o perigo real, e é neles que nos devemos concentrar. ― refutou Nikita, apontando para o mapa.
― Mas se for feito rapidamente irá ameaçar os flancos dos alemães. ― teimou Aleksandr, desenhando com a mão as possíveis trajectórias ofensivas.
― Eu acho que é longe demais para surtir algum efeito. ― rebateu Nikita, apontando as duas localizações no mapa.
― É essa a ideia! Quanto mais longe, maior a probabilidade dos alemães não conseguirem reagir.
― É um plano demasiado ambicioso, não irá resultar!
Aleksandr não conseguia acreditar. Nikita estava sem argumentos; se jogasse o seu trunfo naquele momento, poderia convencê-lo.
― Se atacarmos aí, para além do movimento de pinça em direcção à contra-ofensiva alemã, iremos capturar as pistas de descolagem alemãs responsáveis pelo abastecimento das tropas cercadas.
― Isso era bom. Mas quais as garantias de que iremos conseguir executar esse plano sem que os alemães reajam? Quero dizer, não passaram muitas semanas desde que utilizamos exactamente a mesma estratégia, de certeza que eles desta vez estão preparados. ― comentou Nikita com cepticismo.
― Os alemães concentraram todas as forças na contra-ofensiva e não têm muito mais reservas nesta frente. Agora é o momento, quando eles têm todas as forças empenhadas nesse local. Assim sabemos onde é que eles estão, e sabemos onde é que não podem ir.― avançou Aleksandr.
― Mas dificilmente isto irá cercar os exércitos alemães envolvidos na ofensiva. Mesmo se bem executado, os alemães terão mais que tempo para recuar.
― Exacto. Nós queremos exactamente isso mesmo. Obrigá-los a cancelar a ofensiva. Nada melhor do que ameaçar cercá-los, como eu tenho vindo a defender. ― concluiu Aleksandr.
― Em traços gerais, tu propões que se bloqueie a ofensiva alemã e se lance outra ofensiva para os obrigar a desistir dessa? ― resumiu Nikita com um ar sério.
― É o melhor curso de acção. Se for executado rapidamente, têm boas chances de sucesso. ― confirmou Aleksandr.
― Convenceste-me, eu concordo com o teu plano. O que é que Estaline disse acerca disto?
Aleksandr sorriu, podia ter começado a reunião por anunciar isso. Todo aquele exercício só servira para ter a certeza que o seu plano não tinha falhas.
― Estaline concordou com o plano. O Segundo Exército de Guardas deve chegar dentro de alguns dias.
Este capítulo foi retirado do primeiro livro da trilogia de Estalinegrado, porque não estava relacionado directamente com as personagens principais. Apenas o publico aqui num exercício de pesquisa e ambientação do resto do livro.
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