sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ebooks: Inspiração, Procura-se!

Aqui fica mais um ebook criado no projecto Fantasy & Co.

Autor: Pedro Pereira
Sinopse: João é um escritor em bloqueio, cujo romance foi rejeitado por várias autoras. Necessita de inspiração urgentemente! Será que os deuses lha darão?



Gosto do tom leve com que foi escrito. O inicio é um tanto lento em que se diz mais do que se mostra. O sentido de humor quase sempre presente, assim como as referências mitológicas ajudam a tornar a leitura agradável. As personagens são estereotipadas, contribuindo para o efeito cómico.
Recomendo!

Classificação: 3 estrelas




quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Livros: O Clube das Chaves Caça a Pantera

E aqui fica mais um livro juvenil.


Autoras: Maria Teresa Maia Gonzalez e Maria do Rosário Pedreira
Sinopse: A mensagem nº 18, semelhante a um boletim de totobola, levará os membros do clube a tornarem-se os protagonistas de uma empolgante aventura desportiva, finda a qual terão oportunidade fantástica de conviver com um campeão nacional. Contudo, para vencerem mais este desafio, os quatro sócios terão de recuperar urgentemente a chave que lhes foi roubada pelo fantasma...


Não tenho outra escolha senão ficar aborrecido com as digressões das autoras e da tentativa de moralismo. Para além disso, salta dois dos melhores momentos do livro, que ainda me deixam mais decepcionado. As personagens tem alguma profundidade, mas fica difícil de compreender todas as suas motivações se não tivermos lido os livros imediatamente anteriores. E claro são toneladas de informação enfiada a martelo. Para acumular ao problema, o título, tema e a sinopse na parte de trás contam logo a história toda. Ok, pior que isso, fazem-nos crer que uma certa cena se vai passar e que depois as autoras omitem. Muito decepcionante! Para terminar, o tema do futebol não é um dos meus favoritos. Deve ser de já ter lido tantos deste que já não tenho paciência para eles.
Recomendo só a quem tiver lido os anteriores e gostado.

Classificação: 2 estrelas

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Livros: O Clube das Chaves Sobe ao Pódium

Mais uma voltinha pelas colecções das minha infância.


Autoras: Maria Teresa Maia Gonzalez e Maria do Rosário Pedreira
Sinopse:  A chave com o nº 7 proporciona aos membros da O. R. D. E. M. um mergulho no mundo do desporto. Orientados pela rosa-dos-ventos, os quatros dirigem-se para a terra natal do avô Cosme, em busca de uma glória antiga, que os ensinará a não desistir de lutar. Sempre no rasto dos investigadores, o fantasma do clube comete a sua mais ousada proeza...


A sensação que fica é que as autoras usam estes livros para despejarem meia tonelada de informação sobre um determinado tema. Certas cenas e diálogos servem só para isso. Para além disso, outras cenas foram ali enfiadas a martelo e parecem servir apenas como moralismo forçado. Por lado, os arquétipos de personagens de um grupo de aventuras juvenis está bem conseguido e até tem alguma profundidade. A trama não é imprevisível, mas também não é de todo óbvia. As descrições dos espaços são pobres. A minha classificação está ligeiramente inflacionada porque quando era jovem gostei bastante desta colecção e para um público juvenil estes problemas que apontei não são relevantes.
Recomendo somente a um público mais juvenil, os mais velhos poderão aborrecer-se!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Chá de Domingo #31: Vamos falar do Interstellar - Parte 1

Vamos dar uma voltinha pela física?


Interstellar foi um dos grandes lançamentos do final do ano passado. Um filme de ficção cientifica que encheu as medidas de muitos, sem desagradar ao publico em geral nem se tornar massudo ou pesado. Houve alguns detalhes que não agradaram aos mais exigentes, mas vou deixar isso de parte por agora.
Sendo eu um físico de profissão, não pude deixar de estar atento aos detalhes da física que na maioria dos filmes são negligenciados, apesar de serem do conhecimento público, como por exemplo a propagação dos sons no espaço.


Recentemente, saíram dois artigos científicos no arXiv (uma plataforma que disponibiliza de forma gratuita o que melhor se faz nalgumas áreas da física). Ambos os artigos se referiam ao Interstellar. Podem dar uma olhada aqui e aqui. Os dois artigos foram escritos pelos físicos que colaboraram nos efeitos especiais do filme, nomeadamente no wormhole e no buraco negro.
O wormhole é um fenómeno puramente teórico, não tendo ainda sido descoberto nenhum no nosso universo observável. Os buracos negros, pelo contrário, já foram detectados, por exemplo, no centro da nossa galáxia. Se o estudo de um wormhole é puramente teórico, o de um buraco negro não é melhor, visto que não é possível saber o que acontece para além do horizonte de eventos (o ponto crítico para além do qual nem a luz consegue escapar).
No caso do wormhole (que é uma espécie de atalho entre dois pontos do universo tridimensional, o mesmo a que estamos habituados, usando extra-dimensões) está em causa o efeito de lente criado por ele. Uma preocupação que nunca foi equacionada em nenhum filme antes deste. Os cientistas deram-se ao trabalho de calcular o efeito, que se traduziu neste sublime detalhe:

Detalhe do wormhole do filme Interstellar (Imagem proveniente do filme e publicada aqui)

Para além disso, o artigo contem as equações necessárias para transformar qualquer imagem com a presença de um wormhole e até mesmo visualizar as distorções da viagem através de um. Os cálculos são possíveis de serem feitos com a maioria do software disponível nas universidades: Matlab, Maple ou Mathematica. Para os mais curiosos ou com um bichinho pela matemática, as equações e o método de cálculo estão no artigo, apêndice final. O nível de distorção depende dos parâmetros do wormhole, tendo sido considerados várias topologias e ficando a escolha final ao cabo do realizador. Tudo isto foi feito tendo em consideração a teoria da relatividade. Um verdadeiro tesouro para um amante da ciência e da ficção cientifica, que nos faz desejar que todos os filmes fossem assim.
Na próxima semana falaremos da Gargantua (o buraco negro do Interstellar). Podem ler o artigo aqui.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Livros: Clepsydra

E continuo na minha digressão pelos clássicos, desta vez com um dos favoritos de Fernando Pessoa.


Autor: Camilo Pessanha
Sinopse: "Os versos do primeiro poema de Clepsydra, «Inscrição» - »Eu vi a luz em um país perdido. / A minha alma é lânguida e inerme. / Oh! Quem pudesse deslizar sem ruído! / No chão sumir-se. como faz um verme...» - , dizem o essencial da biografia e da obra deste poeta nascido em Coimbra (1867) e falecido em Macau (1926), após uma existência segregada desde o nascimento e a reunião tardia num escasso volume duma obra publicada dispersamente. (...) A poética da pura sugestão encontra em Pessanha um cultor de excepção; tudo é apenas insinuado, nunca dito, através de atmosferas onde o mistério e o sonho se cruzam para dizer o indizível como nesse extraordinário poema de amor e morte que é «Floriram por engano as rosas bravas...» Ao serviço daquela poética coloca o poeta o decassílabo para o qual encontra desvios inovadores e expressivos que trazem à sua poesia um timbre musical único. Fernando Pessoa terá confessado que conhecia quase todos os poemas de Pessanha de cor. É natural: a modernidade não vanguardista de Pessanha está-lhe nos genes."


Achei o livro muito difícil de ler. As poesias de Pessanha são demasiado elípticas, não sendo acessíveis à todos. As temáticas exploradas são pessimistas e podem não agradar a todos os leitores, se bem que para mim não foi um problema. Houve algumas rimas ridículas, visto que o poeta rimou a palavra com ela mesma várias vezes. Ouve outras instâncias em que as poesias não pareciam ter um propósito. Demorei bastante tempo a ler o livro, porque não consegui ler mais do que meia dúzia de poemas numa assentada. Reconheço que poderá derivar do facto de não conseguir apreciar devidamente a poesia vanguardista.
Recomendo a quem gostar muito de poesia!

Classificação: 3 estrelas

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Livros: Renascer das Chamas

Este é o segundo livro da editora Letras com Asas, a qual aprecio bastante pelo esforço que faz para publicar autores portugueses.


Autora: Susana Almeida
Sinopse: É na Festa da Colheita que os caminhos de Cecília e Laerte se cruzam pela primeira vez. Ao contrário de todas as outras raparigas, Cecília não exibe um vestido bonito, ou prende os cabelos num penteado elegante.
Escondida no escuro de um beco, ela observa a festa como uma criança deslumbrada. Mas Cecília não está só, um homem mais velho acompanha-a.
Curioso com o motivo que fez Cecília pedir-lhe ajuda no final da festa, Laerte procura informações sobre o homem que a acompanhava. Informações que acabarão por lhe revelar um segredo que mudará a sua vida.
Perseguidos, Laerte e Cecília lutam para sobreviver, enfrentando os perigos que surgem no seu caminho. Conseguirão eles chegar sãos e salvos ao seu destino?

Antes de mais gostava de dar os parabéns por esta iniciativa editorial, é necessário que continuemos a apostar nos autores nacionais.
Devo confessar que este tipo de romance não costuma ser das minhas leituras habituais. Em primeiro lugar estranhei o título, que remete mais para um livro de fantasia do que romance, se bem que acabamos por perceber a intenção da autora (mais não revelo para não estragar a surpresa). O nome da personagem é estranho tendo em conta que todos os outros nomes são perfeitamente normais. As personagens estão muito bem conseguidas, mesmo apesar de estarem muito perto dos arquétipos usados neste tipo de história: rapaz corajoso e bondoso e rapariga maltratada e frágil. A história avança a um ritmo muito bom, num crescendo de emoções e surpresas, a combinação entre a história de amor e a acção foi bem executada, conseguindo agradar a vários tipos de leitores. Compreende-se a quebra de ritmo das últimas páginas, que poderia ter sido um pouco mais bem conseguida. Nota positiva para a lutas que foram bem descritas. Para terminar, muitos dos defeitos que apontei não são relevantes para a maioria dos autores, o que faz com que nos esqueçamos destes detalhes.
O trabalho de edição foi bem feito, se bem que deixaram escapar um par de gralhas. A capa está vistosa e com um ar profissional, fico só um pouco triste esta enrolar um pouco quando o livro está fora da estante.  A paginação interior está simples mas apelativa, penso só que o tamanho da letra poderia ser um pouco maior.
Recomendo vivamente a quem gostar deste tipo de romances, não se irão arrepender.

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Livros: Immortallis - Histórias de Sombra e Redenção

Andei quase dois meses de olho neste livro antes de o comprar e o ler.


Autora: Carla Ribeiro
Sinopse: Todas as almas carregam uma sombra. Do momento que mudou tudo, de um caminho que não foi o certo, da vida que ficou para trás. Mas também da alma da mais temível das criaturas ou do coração de quem não pode ser perdoado pode emergir o sentido de um novo caminho.
Assim acontece com as histórias deste livro, histórias de mundos diferentes, em que um cavaleiro desonrado, um morto com saudades da vida e o último ser de uma espécie destruída terão de enfrentar os rumos que os seus próprios passos lhes traçaram. E encontrar-se, talvez, diferentes do que julgavam ser.


Antes de mais gostava de dar os parabéns por esta iniciativa editorial, é necessário que continuemos a apostar nos autores nacionais.
Não esperava encontrar aqui um livro de contos. As três histórias apresentadas são de universos distintos, o que é a maior força e ao mesmo tempo a maior limitação da obra. Se por um lado há três tramas independentes, de género diversos e uma temática em comum, não creio que devessem estar juntas. Por outro, abordar uma temática deste modo é interessante.
O trabalho de edição foi feito de um modo competente. A capa está vistosa e com um ar profissional, fico só um pouco triste da capa enrolar para fora quando deixamos o livro fora da estante.  A paginação interior está simples mas apelativa, penso só que o tamanho da letra poderia ser um pouco maior.
Quanto à personagens, não foram muito desenvolvidas, mas não dava para o serem mais devido à limitação no número de páginas. Em geral, a autora capturou e apresentou os ambientes de uma forma a que deixasse o leitor preencher os espaços em vazio, mas sem o deixar sem referências. As tramas não são previsíveis, mas esperava reviravoltas maiores nos finais. O meu conto favorito foi o primeiro. Talvez por já conhecer o restante trabalho da autora é que esperava um pouco mais e  vejo-me obrigado a ser um pouco mais modesto na minha classificação do livro.
Recomendo a quem nunca leu nada da Carla Ribeiro e gostasse de conhecer as várias vertentes desta autora!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Chá de Domingo #30: Música de Escrita

No outro dia falei-vos da vossa música de leitura aqui. Hoje vou falar-vos da música para escrever.


Para mim, a música é essencial enquanto escrevo. Preciso de algo que abafe os mil e um ruídos que me rodeiam e sobre os quais não tenho controlo. Por outro lado, é importante ter uma música que imprima um ritmo à escrita. A banda sonora escolhida não deve ter letra ou a língua cantada ser diferente da em que estou a escrever para evitar que comece a usar palavras vindas da música. O género tem de ser do meu agrado e ser compatível com o que quer que esteja a escrever. As minhas escolhas caem, em geral, em bandas sonoras de filmes, rock, e metal.

Fiz então a seguinte pergunta a outro bloguers e também escritores: Usas música para escrever? Se sim, que tipo de música?

"Depende bastante do que esteja a escrever. Normalmente há dias em que prefiro escrever em silêncio mas, se estiver numa cena mais intensa ou emocional gosto de por uma banda sonora mais triste. Gosto sobretudo de rock ou musica clássica."
- Raquel Abel, Tiny-Little Pleasures

"Costumo sim. uso a música para me equacionar melhor com a escrita, para entrar na mesma frequência do que estou a escrever, por assim dizer. Hoje em dia oiço muito post-rock (é o que estou a ouvir agora). Sobretudo instrumental. A energia, o tom épico e a relativa complexidade dos arranjos ajuda-me a revitalizar o texto."
- Pedro Galvão, Sequencial Scripts

"Gosto muito de ouvir música enquanto escrevo, um som de fundo que inspira e ajuda a concentrar. Dou preferência a música clássica, bandas sonoras mais "épicas" ou música folk/céltica."
- Carina Portugal, As Ameias do Crepúsculo

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Livros: A Nova Aventura dos Cinco

E decidi continuar um pouco com a nostalgia.


Autora: Enid Blyton
Resumo: A segunda aventura dos famosos Cinco. É o primeiro Natal que os Cinco passam juntos. E não estão à espera de outra aventura, tanto mais que têm muito que estudar. Porém, um dia, num breve passei à Quinta Kirrin, descobrem por acaso um esconderijo e, neste, um estranho mapa. Que mistério envolve a velha casa da Quinta e os seus hópedes? É o que os Cinco se propõem desvendar.
Os livros de Enid Blyton deliciaram gerações de jovens. Esta nova edição transporta a sua obra para o século XXI realçando o seu fascínio intemporal.


No segundo volume, as personagens continuam a surpreender-nos. OS conflitos entre elas são vivos e verosímeis. Por outro lado, os traços característicos incluídos são usados na trama e não o contrário, como acontece nalguns livros deste género. A história flui bem, se bem que nos primeiros capítulos não acontece nada digno de nota, como é normal. A aventura que estes jovens vivem é interessante e não é demasiado forçada.
Esta edição em particular não me encheu as medidas: as ilustrações interiores das edições anteriores já não existem e foram acrescentadas referências modernas ao livro. Não sei qual das duas me irritou mais, se bem que uma referência ao Toy Story 2 fez-me praguejar bem alto. Não se podiam ter limitado a traduzir sem modificar o conteúdo? É por estas duas razões que me vejo forçado a dar uma pontuação mais modesta a esta edição em particular.
Recomendo a quem goste de livros de aventuras direccionados a um público juvenil.

Classificação: 3 estrelas

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Livros: Os Cinco na Ilha do Tesouro

Decidi dar uma volta pelos clássicos.


Autora: Enid Blyton
Resumo: Os Cinco descobrem a bordo de um velho veleiro naufragado ao largo da Ilha Kirrin, um cofre misterioso. Mas não são os únicos interessados, há mais alguém em busca do tesouro. Nesta primeira aventura, são apresentados os 5 personagens principais desta série, destaque para o quinto elemento, o cão Tim que vai ser em muitas aventuras o nosso herói.


Apesar de não ser a primeira vez que li este livro, ainda assim me conseguiu surpreender. As personagens estão bem construídas e tem uma profundidade interessante, mesmo tendo em conta que as miúdas tem traços muito bem vincados. A história desenvolve-se a um bom ritmo e apesar de o final ser um pouco previsível, não creio que isso afecte a história. Gosto particularmente das ilustrações interiores. Mesmo tendo em conta todas as críticas que foram feitas à autora, temos de admitir que os cinco se tornaram um arquétipo do grupo juvenil que se mete em aventuras.
É fácil entender porque é que estes livros fascinaram gerações e foram traduzidos em várias línguas. Recomendo a quem goste de livros de aventuras direccionados a um público juvenil.

Classificação: 4 estrelas

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Livros: Mais que Humano

Encontrei este livro na prateleira. Lembro-me de o ter adquirido numa promoção há uma ano ou dois.


Autor: Theodore Sturgeon
Sinopse: Algures no mundo existem seis pessoas que separadas não passam de excluídos, seres desajustados. Mas uma força inconcebível vai uni-los e, um dia, talvez consigam juntar os seus singulares poderes e transformar o mundo. São uma nova entidade cuja génese e maturação não será pacífica. Foi talvez a primeira vez que alguém levou tão longe, na ficção, o tratamento do tema da mutação da Humanidade. Esta obra, publicada pela primeira vez em 1953, é uma referência incontornável dos primórdios da ficção científica, é um clássico e uma fabulosa aventura da imaginação ainda nunca ultrapassada. Para além disto, é um livro de leitura compulsiva. Um romance distinguido com o International Fantasy Award.


Desde o primeiro momento que a história nos prende, apesar de ter um ritmo bastante lento. As revelações vão surgindo, de modo que o leitor compreenda o que se está a passar mas não totalmente. As personagens são interessantes e com muita profundidade. Compreendem-se bem as motivações dos intervenientes e o autor preocupou-se em fundamentá-las numa base sólida. O tema é muito interessante e ainda não foi devidamente explorado por outros autores.
Houve quem metesse em causa se o livro seria ficção cientifica, contudo, creio que isto é o mais puro que a ficção cientifica pode ser. Não são só as tecnologias que fazem um livro de ficção cientifica, é também como o conhecimento e as alterações mudam a sociedade.
Recomendo vivamente a quem quiser ler um bom pedaço sólido de ficção cientifica.

Classificação: 4 estrelas

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Chá de Domingo #29: Organização de Estantes

Haverá ciência na organização das estantes?


Tudo começou com este artigo. A maneira como organizamos as estantes é algo muito pessoal. Cada pessoa têm o seu paradigma.

Eu tenho na sala os livros já lidos, organizados por temas e por colecções. No escritório tenho os livros juvenis e os que ainda não li. Só os que já li é que estão organizados, estando os ainda não lidos um bocado ao calhas, sendo a única excepção os de ficção cientifica e histórica. Já tive falta de espaço, que acabei por compensar com a compra de mais estantes, agora até tenho duas prateleiras livres e prontas a receber as minhas próximas aquisições. Antes de ter essas estantes extra, tive livros em caixas e em armários, uma situação que espero não voltar a repetir tão cedo.

Decidi também saber como fazem os outros bloguers.
Pergunta: Como organizas os livros nas estantes? Tens falta de espaço? Colocas livros noutros sítios sem serem estantes?

"Organizo por colecção e tamanho, até podes ver isso no meu YouTube. Tenho pouquíssimo espaço porque só posso ter livros no meu quarto e vou arrumando onde encontro um bocado livre."
- Alexandra Rolo, Folha em Branco


"Por temas em primeiro lugar, depois por colecções/autores. neste momento, como estão organizados não, não tenho falta de espaço. Sim claro, na estantes só estão os que já foram lidos."
- Vítor Frazão, Crónicas Obscuras

"A estante portuguesa está organizada por cores/editora/série. por exemplo os da Presença começa pelos dois da Florbela Espanca que sao brancos depois os da Ruth Cardello que são beje e vão por aí adiante. Os ingleses estão por colecção (classics penguin) e por autor/série (Os do Fitzgeral só compro da mesma colecção e estão todos uns ao lados dos outros). Nunca tenho falta de espaço porque uso duplas filas e os ingleses alguns de bolso coloco uns em cima dos outros Dá para poupar imenso espaço dentro da mesma estante. O único sitio onde coloco livros sem ser na estante é a mesinha de cabeceira (tenho uns 6 neste momento). Mas depois guardo-os A maioria também estão no Kobo. Muitas das edições que estou a comprar em inglês já os li Só estou a comprar em papel para ter na estante."
- Ana Filipa Dias, Ilusionary Pleasure

"Eu tenho formação em biblioteconomia. Já trabalhei em bibliotecas, sei catalogar segundo a CDU (Classificação Decimal Universal) e durante algum tempo aventurei-me a classificar, a catalogar e a etiquetar os meus livros. Entretanto, os livros continuavam a aumentar e o tempo a escassear. Ah, e mudei de casa. Houve (e está a haver ainda) um processo de triagem sobre o que fica e o que vai. O meu problema nunca foi a falta de espaço, foi mais o comprar a eito. Entrava numa livraria ou num alfarrabista, olhava para a capa, para o resumo, via o preço e era uma desgraça. Uma vez cheguei a sair de uma loja de livros usados com uns vinte, trinta livros. E depois ler isso tudo? É o lês."

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Livros: Os Cinco e o Circo

Aqui vai uma viagem aos tempos de infância!


Autora: Enid Blyton
Sinopse: O melhor que pode acontecer aos Cinco é passarem férias a acampar. Um dia, um circo ambulante passa por eles. Entusiasmados, os Cinco resolvem acompanhá-lo. Assim começa mais uma fantástica aventura dos Cinco com os artista do circo, alguns dos quais tecem sinistros e misteriosos planos que os nossos amigos vão tentar desvendar.


O livro é um tanto previsível, mesmo na faixa etária a que se destina. As personagens está muito bem construídas e a trama avança a um bom ritmo. É uma leitura agradável e interessante. Mais uma vez as ilustrações interiores dos volumes mais antigos já lá não estão. Pelo menos, acontece o incidente inicial logo no primeiro capítulo.
Recomendo a quem goste de leitura do género.

Classificação: 3 estrelas

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Ebooks: As Cordas de Itz'mucan

Só a capa deste conto convenceu-me a lê-lo.


Autor: Anton Stark
Sinopse: Um sonho, tão real quanto perigoso. Uma teoria, que pode explicar uma das verdades fundamentais do cosmos. Uma experiência para comprovar a ligação entre ambos. Acompanhe Toltep e o seu avô Hara'can enquanto ambos tentam comprovar a obscura teoria das Cordas de Itz'mucan.
Toltep acabou de morrer. Pelo menos, foi com isso que sonhou. Com a ajuda do seu avô, o professor e cientista Hara'can, vai tentar apurar se o sonho foi apenas um fragmento de imaginação ou um evento real, através da teoria das Cordas de Itz'mucan. A descoberta terá repercussões maiores do que as que podem imaginar.


Este conto tem um ponto muito positivo: a ambientação e o worldbuilding. O autor usou a inspiração vinda das civilizações pré-colombianas (Azteca, Inca e Maia). Os elementos culturais dessas civilizações foram habilmente combinados com o universo criado de modo que não se notam discrepâncias nem incoerências. Realço a ideia de ligação entre universos paralelos e teoria de cordas, que gostei bastante. As duas personagens principais são interessantes. O unico ponto que prejudica o conto é o facto de ser demasiado previsível. Desde as primeiras páginas que se percebe como poderá acabar e no final é isso que realmente acontece. A relação avó-neto ajuda bastante a manter o interesse pela obra ao longo da leitura.
Recomendo a quem gostar um curto conto de ficção cientifica!

Classificação: 3 estrelas


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Ebooks: O Pacto

Aqui fica mais um conto de Pedro Pereira.


Autor: Pedro Pereira
Sinopse: John Harris espera a sua execução. Foi injustamente acusado e julgado como sendo um assassino em série.


Este conto é uma adaptação do mito de Fausto. A trama fica um tanto previsível assim que se percebe isso. É de leitura fácil e fluída. A personagem precisava de um pouco mais de profundidade, embora num conto isso seja sempre complicado de se fazer. No geral, este conto podia ser mais bem explorado.
Recomendo aos leitores ávidos de contos!

Classificação: 3 estrelas

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Chá de Domingo #28: Música de Leitura

Os hábitos de leitura dizem muito sobre nós, por exemplo no que toca à música.


A leitura de um bom livro pode tornar-se numa experiência mais interessante. Umas vezes precisa de um bom café/chá, outras de uma música ou de um local específico para ser lido. Eu adoro deitar-me num sofá ou na cama para ler, de preferência em silêncio, mas há quem goste de ouvir música. No entanto, de vez em quando, vejo-me forçado a meter uma música que bloqueie os barulhos de fundo. Se for esse o caso, prefiro uma música sem letra ou numa língua diferente da que estou a ler para não interferir com a leitura.

Decidi também perguntar a opinião a outros bloguers. Pergunta: Ouves música enquanto lês? Se sim, qual?

"Raramente, só se estiver a ler no metro e no autocarro, caso não vá alguém pensar que vai falar comigo. Mas em casa e isso, não. Desconcentra-me imenso ter silêncio e música ao mesmo tempo, mas quando estou nos transportes públicos, a música bloqueia o ruído."

"Quase sempre não. Gosto muito de ouvir música, não tanto como gosto de ler, mas tendo a separar as duas actividades. Sou muito propenso a distracções quando leio. Às vezes já me custa não ouvir aquelas músicas que tenho na cabeça, não preciso de acrescentar ainda mais."

"Depende. Se estiver no metro sim. Se estiver em casa não, a não ser que haja algazarra e confusão."
- Alexandra Rolo, Folha em Branco

"Se estou no parque, ao sol, é mesmo sem música que prefiro ler. Para aí 50% do tempo leio sem música, os outros 50% leio com o som que está a passar, durante o break da escrita. Mas, quando estou a ler, é raro estar efectivamente a "ouvir" a música, é background. Tem a vantagem de apagar os sons aleatórios do exterior e criar uma camada sonora mais previsível e, por isso, mais fácil de desligar internamente."
- Pedro Galvão, Sequencial Scripts

"Sim. Não posso dizer só uma mas sim um estilo. Normalmente é rock."
- Flávia Mendes, Leituras Secretas

E vocês? Ouvem música enquanto lêem? Que tipo de música?